Ricardo RodriguesConselheiro da Abrasel-MG, Diretor do restaurante Maria das Tranças e da Cruz Vermelha, Mentor, Palestrante e Consultor Sebrae

Novas possibilidades

Publicado em 17/03/2023 às 13:30.

As imediações próximas ao Aeroporto Carlos Prates, região Noroeste de Belo Horizonte, colecionam acidentes de queda de avião desde a inauguração do espaço em 1944. A aeronave que caiu no bairro Jardim Montanhês na tarde do último sábado (11), atingindo duas residências e ocasionando a morte do piloto, é mais uma das ocorrências.

Desde 2012 o local já registrou 39 acidentes e incidentes de diferentes portes (desde grave até mais leves). Os dados são do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Em maio de 2020, por exemplo, uma aeronave de pequeno porte caiu em um barranco ao lado do aeroporto, também em um sábado. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o monomotor do modelo Cesna tinha acabado de iniciar a decolagem, quando houve uma pane mecânica e ele colidiu em uma mata ao lado da pista. Duas pessoas estavam no veículo e não se feriram.

Em outubro de 2019, outra fatalidade: um avião de pequeno porte caiu sobre carros na manhã de uma segunda-feira, na esquina das ruas Minerva e Rosinha Sigaud, no bairro Caiçara Adelaide, e deixou três pessoas mortas e outras três feridas. 

Já em novembro de 2014, o bairro Jardim Montanhês, onde ocorreu a tragédia da semana passada, foi atingido. O ultraleve, um monomotor, bateu no telhado de uma casa, na esquina da rua Belo Vale com avenida Pedro II, logo após decolar do aeroporto, a poucos metros dali.

Depois de tantos tristes episódios, o prefeito Fuad Noman (PSD) quer apagar, de vez, as lembranças trágicas da região e anunciou que a partir de 1º de abril, a pista de pousos e decolagens do Carlos Prates vai ser desativada. O terreno, com 547 mil metros quadrados, será entregue à Prefeitura, que apresentou um projeto de construção de cerca de duas mil casas populares, um parque municipal no local, polo industrial não poluente, além de Centros de Saúde, escolas e outras infraestruturas urbanas necessárias para a população, ou seja, teremos ali um novo bairro.

É óbvio que projetos desse porte, podem contribuir positivamente para que novos bares e restaurantes também nasçam, afinal como manda lei mais básica da economia, se existe demanda, certamente haverá oferta. Traduzindo: se teremos um conjunto habitacional com duas mil moradias e um complexo de lazer e serviços, acredito que estabelecimentos de alimentação fora do lar também serão atraídos (e muito bem-vindos) para o espaço. Vale reforçar que nos lugares onde existem pessoas, a gastronomia também se faz presente. Isso sem falar que a novidade, que está por vir, é, sem dúvida, mais uma oportunidade para expandirmos a cozinha mineira. Quem sabe ali, onde em breve não será mais o aeroporto, a gente não começa a fazer as pessoas ‘voarem’ por outros motivos, encantadas pelos nossos sabores? Fica a sugestão...

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