Ricardo RodriguesConselheiro da Abrasel-MG, Diretor do restaurante Maria das Tranças e da Cruz Vermelha, Mentor, Palestrante e Consultor Sebrae

Quem conhece a cozinha de Minas não esquece jamais

Publicado em 08/07/2022 às 06:00.

Na última terça-feira (5) celebramos o Dia da Gastronomia Mineira, data que eu jamais poderia deixar passar em branco. A celebração marca, sobretudo, o nascimento de Eduardo Frieiro, autor do primeiro livro dedicado aos sabores de Minas, ‘Feijão, angu e couve – Ensaio sobre a comida dos mineiros’, lançado em 1966. Frieiro também foi o primeiro diretor da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais.

De lá para cá, obviamente, os nossos sabores alcançaram uma proporção para além das fronteiras estaduais, chegando, inclusive, a países mundo afora. Arrisco a dizer que a culinária mineira, hoje, tem o mesmo patamar e fama que cozinhas internacionais, como a italiana e a francesa.

Dos queijos, premiados internacionalmente, aos azeites, do café à cachaça e dos menus mais sofisticados aos pratos simples, mas incrivelmente saborosos, a gastronomia de Minas passa por ingredientes, tradições e talentos que são, sem dúvida, nossa maior riqueza cultural. Prova disso é o fato de a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult MG) desenvolver um valioso projeto para tombar a cozinha mineira como patrimônio cultural do Brasil e do mundo.

Por isso, nessa semana de comemorações, onde, inevitavelmente fazemos um retrospecto de tudo que conquistamos enquanto profissionais da cadeia produtiva da gastronomia no estado, gostaria de deixar um sincero agradecimento não apenas aos chefs estrelados que aqui trabalham, mas principalmente às ‘doninhas’ de nossa terra, verdadeiros baluartes da essência de nossa cozinha. Um salve, portanto, às donas Maria, Nelsa Trombino, Maria Clara, Lucinha, entre outras várias donas que desbravaram aquilo que hoje, felizmente, chamamos de rica cozinha mineira.

O talento de todas essas mulheres e tantas outras cozinheiras, doceiras e quitandeiras ainda reverbera. Elas são e sempre serão a base de tudo que aprendemos a fazer. Se, inclusive, eu pudesse escolher uma face para a cozinha mineira, certamente iria pegar um pouquinho de cada uma delas, que juntas materializam os primórdios de nossos deliciosos fogões.

Por mais que a nossa cozinha, nos últimos anos, esteja se reinventando, com chefs, cada vez mais dominando e criando técnicas, espero, de coração, que ela nunca perca aquilo que tem de melhor: sua tradição aliada à nossa hospitalidade ímpar em servir e acalentar.

Mais do que preparar bons pratos, gastronomia é, sobretudo, a arte do encantamento, do cuidado nos detalhes, regado a uma boa prosa. E isso, sabemos bem, é a nossa marca inquestionável. Viva o povo aguerrido que faz a nossa cozinha ser a melhor do mundo. Viva!

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