Aqui é Galo!Paulo Henrique Silva é jornalista do caderno Almanaque e escreve sobre o Atlético

Procura-se

06/10/2018 às 13:17.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:50
 (Bruno Cantini/Atlético/Divulgação)

(Bruno Cantini/Atlético/Divulgação)

Bruno Cantini/Atlético/Divulgação / N/A

  

Vendo um dos episódios de “Detetives do Prédio Azul”, uma das séries preferidas da minha filha Julia, o desaparecimento de um dos personagens foi resolvido da forma mais simples: ele nunca saiu daquele espaço onde se concentram as ações da trama, preso num quadro da parede, após ser vítima de feitiçaria.

É assim que vejo alguns jogadores do Atlético, como uma imagem que só lembramos quando distribuem o material de divulgação nos jogos em casa. É o caso do zagueiro Martín Rea, que, um mês e meio após a sua contratação, parece estar num eterno “jet leg”, ainda se adaptando ao fuso horário do futebol brasileiro.

Posso dizer que sou um privilegiado ao ter a oportunidade de acompanhar os poucos minutos de Leandrinho em campo. Contratado junto ao Napoli, na pausa para a Copa do Mundo, o atacante entrou contra o São Paulo, já no final da partida, e ficou lá do outro lado, sem sair da faixa esquerda.

Outros viraram fantasmas, nos assombrando vez ou outra, como o meia Nathan, que ficou sem a cor da bola desde a derrota para o Vitória até reaparecer diante do Sport. Terans, mais um uruguaio, só começou um jogo até agora. Nos demais, é geralmente usado para queimar a terceira substituição e fazer o tempo passar, sem contribuir muito.

Na última vez que tivemos dois uruguaios no elenco, em 1993 e 1994, as lembranças não foram muito boas. Foi duro ver o robótico zagueiro Kanapkis levando dois dribles desconcertantes, até cair no chão, de Ronaldo Fenômeno. O outro, o lateral esquerdo Fernando Rosa, mal deu para o cheiro, realizando sete partidas apenas.

Pior do que um time de reservas, prontos para a ação quando o dever chamar, o banco do Galo vem se caracterizando por um grupo de descartados, reprovados ou ainda verdes demais para garantir um lugar entre os 11. Com Juninho, Alerrandro e Gabriel foi assim. Falharam e foram barrados no baile, como se tivessem tentado entrar com carteira falsa.

Com um elenco tão jovem, que oscila (palavra preferida dos técnicos e boleiros) como a voz que desafina na puberdade, o Atlético virou, ao que me parece, um lugar para testes, um jogo de sorte e azar, visando uma temporada em que a principal luta vem sendo chegar, com algum sofrimento, entre os seis melhores para beliscar a Libertadores.

Como faltam 11 jogos para o ano do Galo terminar, possivelmente alguns jogadores mal terão tempo para mostrar qualidade, se a tiverem. Denílson ganha, contra a Chape, a sua primeira chance como titular, no lugar do contundido Ricardo Oliveira, que faz valer o lema “o Senhor é meu pastor e nada me faltará”, com uma disposição invejável aos 38 anos.

Como a esperança é a última a morrer na praia, não custa nada mentalizar um Denílson como aquele xará da Copa do Mundo de 2002, com seus dribles desconcertantes. Denílson, o velho, era reserva de Ronaldo, o grande nome do penta, mas não desperdiçou as oportunidades que teve, levando turcos a fazerem fila para tirar a bola do atacante.

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