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EducaçãoLéo Miranda. Do \“Mundo Geográfico\” - YouTube Marcelo Batista. Do \“Aprendi com o Papai\” - YouTube

A revolução do compartilhamento intelectual

Publicado em 03/09/2020 às 08:57.Atualizado em 27/10/2021 às 04:26.
Marcelo Batista (*)
mbatista@hojeemdia.com.br
 
 
Recebi o convite nesta semana para participar de uma live no Instagram de uma aluna muito querida, a Gabi Rodrigues (@gabbyestudante), para dar dicas sobre redação. Por mais curioso que seja, durante a pandemia recebi outros convites desse tipo, vindos sempre de alunos que têm um mesmo estilo de perfis no Instagram, os “studygrams”. Esses tipos de usuários são cada vez mais comuns e têm feito a cabeça de muitos estudantes que se preparam para o Enem ou que querem acompanhar a rotina dos colegas e obter boas dicas.
 
Há pouquíssimo tempo, no Instagram, estava na moda para muitos jovens  a criação de perfis como influenciadores fitness, dando dicas sobre academia, alimentação e qualidade de vida. Não que esses perfis tenham perdido força, mas começam a dividir espaço com os influenciadores dos estudos, pessoas que mostram a rotina acadêmica, estratégias, dicas, experiências e compartilham as frustrações e os sucessos do cotidiano de quem está se preparando para um vestibular ou encarando a universidade.  Esses perfis têm alcançado cada vez mais força durante o isolamento social, quando vários jovens ficaram desamparados abruptamente em vários cantos do país.É como se durante a pandemia ocorresse uma grande união por parte dos estudantes, que indicam professores, materiais, lives e buscam democratizar os “atalhos” para os colegas, sejam eles da rede particular ou pública.
 
É curioso perceber como as pessoas muitas vezes buscam as próprias alternativas para suprir um papel que deveria ser do Estado ou das próprias instituições de ensino. É importante reforçar que o artigo 6º e o artigo 205 da Constituição Federal garantem a educação com foco na formação plena do indivíduo, na cidadania e no acesso ao mercado de trabalho para todos os indivíduos. Mas se o Estado negligencia esse processo, seja pela pandemia, seja pela própria incompetência,  ainda há a possibilidade de ter esse acesso à educação virtual por meio de iniciativas dos próprios estudantes, que têm se virado muito bem nesse momento.
 
Aproveito para ressaltar que nos últimos anos a juventude brasileira, apesar de julgada e muitas vezes contestada, tem desempenhado muito bem o papel de participação e contestação do sistema vigente. Em 2016, com as ocupações estudantis, muitos jovens deixaram o seu recado de insatisfação em relação ao governo. No ano passado, manifestações tomaram as ruas contra a retirada de recursos do Ensino Superior. Agora, no meio de uma pandemia sem precedentes, o meio virtual cria uma nova revolução: a do conhecimento. E ainda tem gente que fala que a juventude anda frouxa, sem personalidade e com pouca cidadania. Ignorância daqueles que, distantes, julgam o próximo com uma arrogância nostálgica da época em que ser ativo socialmente era somente ir para as ruas. Quanta inocência!
 
(*) Marcelo Batista é educador há mais de 15 anos e fundador do canal Aprendi com o Papai, no Youtube.
 
 
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