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EducaçãoLéo Miranda. Do \“Mundo Geográfico\” - YouTube Marcelo Batista. Do \“Aprendi com o Papai\” - YouTube

Entre rasgos e remendos

Publicado em 05/01/2023 às 06:00.

Marcelo Batista

O ano de 2023 finalmente começou. Depois das festas de fim de ano, regadas a muita comida e também a muita culpa com os quilos extras, o mês de janeiro finalmente chegou. Para alguns com mais esperança e metas a seguir. Para outros, como eu, com alguma dose de azar. Descobri na terça-feira que estou novamente com Covid. A meta de iniciar o ano com tudo na academia ou de resolver várias pendências fora de casa deveria ser, pelo menos por enquanto, adiada. 

É impressionante a multiplicidade de sentimentos e sensações que a Covid pode desencadear nos seres humanos. Dessa vez até agora estou apresentando poucos sintomas: somente um pouco de dor na garganta e voz embargada. Mas o isolamento e a reclusão no ambiente doméstico traz irreversivelmente uma maior capacidade reflexiva sobre a realidade. Afoguei-me, por enquanto, no mundo digital para controlar a ansiedade de esperar o tempo passar.

Acabei parando no YouTube e depois de passar de canal em canal resolvi acompanhar algumas rádios. Impressionante como a comunicação está dinâmica e o rádio passou a se tornar, pelo menos nos meios digitais, um híbrido de TV, podcast e rádio tradicional. E no meio disso tudo o jornalista, que tenta, ao mesmo tempo, dar atenção ao ouvinte tradicional ligado no radinho, aos mais modernos ligados somente ao virtual e aos que gostam um pouco dos dois mundos. Essa multiplicidade e necessidade de desdobramento profissional encontra-se também na figura do professor, que precisa, ao mesmo tempo, de dar atenção ao aluno que está em sala de aula tradicional, ao que vai assistir à aula gravada em casa, ao que está em casa acompanhando ao vivo.

Outra característica marcante é que os profissionais do rádio tem se tornado cada vez mais jovens. Lembro-me de que, quando pequeno, ficava impressionado ao ver o rosto dos jornalistas do rádio, algo muito raro na época. Na ocasião, a maioria por volta dos 50 ou 60 anos, os senhores do rádio. Hoje as rádios são dominadas pela jovialidade, talvez por essa exigência sempre constante de domínio das novas tecnologias de comunicação. O mesmo fenômeno tem acontecido também com frequência nas salas de aula. A idade dos profissionais da educação parece seguir uma tendência parecida, algo que possivelmente tem relação com essas múltiplas demandas do mercado de trabalho. Como dito por Guimarães Rosa: “Viver é um rasgar-se e remendar-se” e aparentemente a juventude é mais habilidosa nessa “autofagia curativa".

Além de uma maior jovialidade e de uma maior exigência profissional, uma característica marcante é a diversidade. Não só o rádio, mas a comunicação como um todo tem oferecido oportunidades para perfis que raramente teriam espaço: mulheres, negros, homossexuais. A diversidade tem a cara da juventude e do futuro, mas infelizmente ainda é rara na educação. Ainda temos, no nosso meio , a predominância masculina, branca, heterossexual. Resta saber quando, entre rasgos e remendos, a educação vai abrir espaço à diversidade.

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