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EducaçãoLéo Miranda. Do \“Mundo Geográfico\” - YouTube Marcelo Batista. Do \“Aprendi com o Papai\” - YouTube

Geração pandemia

15/12/2021 às 17:35.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:33

Léo Miranda

A audiossérie “Paciente 63” lançada em julho de 2021 pela plataforma de streaming de áudio Spotify relata a história de um suposto viajante no tempo, Pedro Roiter (interpretado por Seu Jorge) e a psiquiatra Elisa Amaral (Mel Lisboa). Na série, uma adaptação de “Caso 63” do roteirista chileno Julio Rojas, Pedro é encontrado nu em uma via pública e é encaminhado a uma unidade de psiquiatria. Sua interlocutora, Dra. Elisa Amaral, começa então a sua jornada para tentar entender o enigmático Pedro, identificado em sua fixa de identificação como “Paciente 63”. Ele afirma ter vindo do futuro, mas precisamente do ano de 2062, com a missão de evitar que uma cepa viral muito contagiosa e letal se disseminasse pelo mundo. Para isso, bastaria deter a paciente zero, Maria Cristina Borges, uma brasileira, que embarcaria em um voo para Madri, dando início a pandemia do Pégaso, nome dado ao vírus pela semelhança com um cavalo alado.

Pedro relata com detalhes o mundo futuro e principalmente as mudanças trazidas por anos de convivência com as mutações virais derivadas da grande pandemia de 2020. Além disso, o Paciente 63 conta como a humanidade sucumbiu ao desenvolvimento tecnológico e principalmente a dependência por ele gerada. Um Bot (abreviação de robot), um algoritmo ou software programado para simular ações humanas, se rebelou contra os seres humanos apagando de uma vez só todos os dados disponíveis em nuvem, como também inviabilizou o uso da internet, o que obrigou a humanidade a retomar meios de comunicação e interações sociais mais primitivos. Pedro se autointitula como alguém que nasceu na geração “EP” ou “entre pandemias”, uma referência a todos aqueles que nasceram e cresceram entre a pandemia de 2020 e a do Pégaso.

A narrativa envolvente e repleta de plot twists traz muitas indagações sobre o futuro das sociedades pós pandemia da Covid-19. Quando olhamos para 2021 e a forma como o ensino escolar e a educação como um todo buscou adaptações ao distanciamento social e depois a retomada paulatina das aulas presenciais inevitavelmente muitas reflexões e dúvidas vêm à tona. A retomada presencial, por exemplo, mesmo que parcial, deixou clara a importância da escola enquanto espaço de interação social e de construção de laços de afetividade. Mais do que o lugar em que se busca apreender novos conhecimentos ou mesmo construí-los, o espaço escolar evidenciou o quanto somos seres sociais. Ao mesmo tempo, ficou claro também o impacto que a exposição excessiva às telas e a multiplicidade de distrações trouxeram na retenção da atenção dos alunos. Esse fenômeno não parece ter sido gestado pela pandemia de Covid-19, mas sim intensificado por ela.

Se a pandemia pegou o mundo de surpresa, ela também acelerou a necessidade de mudanças na educação. Como reter a atenção de um aluno por 50 minutos ou mais? Empregando tecnologia em sala, é claro! Será? Em um mundo em que as novas formas de aprender algo se multiplicam todos os dias, resta saber se isso basta.

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