Das 100 melhores escolas de Belo Horizonte, no Ranking do MEC, 80 são particulares e 20 são públicas, aproximadamente. Já das 100 melhores instituições públicas de Ensino Fundamental I do país, 87 exemplos encontram-se, precisamente, em uma única Unidade Federativa: o Ceará. Os dados são do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Por que e o que temos a aprender com eles? Hoje proponho uma reflexão sobre o “coração da juventude”: a Educação.
Recentemente, estive nas escolas municipais Cônsul Antonio Cadar, Prof. Daniel Alvarenga e Minervina Augusta (esta última, onde cursei meu Ensino Primário). Elas recebem alunos de diferentes bairros, como Providência, Campo Alegre, Planalto, Floramar, Vila Clóris, entre outros. Somente para estas três escolas, indiquei R$ 670 mil em emendas - mas aqui vale frisar: não é apenas o dinheiro a chave que soluciona os problemas da Educação. Embora ele seja, já dizia a boa sabedoria, um investimento e não gasto, tratando-se de conhecimento, é preciso definir um plano inicial de ações e, somadas as especialidades de cada envolvido no processo (assistente social, pedagoga, professores e direção acadêmica, por exemplo), há que se fiscalizar o andamento de cada etapa seguinte, rigorosamente.
Voltemos ao exemplo cearense. Em que eles acertam? Começo instigando com outro dado: a turma da “terra de Fagner” também conta com um desempenho impressionante no Ensino Fundamental II, registrando 70 das 100 melhores escolas do Brasil. O segredo é simples: não importam os prefeitos ou governadores da vez, nos últimos 35 anos. Sendo ou não aliados tradicionais, cada município e cada gestão do Estado trabalha com dois pilares inegociáveis: a prioridade para a Educação e o foco no capital humano - ou seja, no talento das pessoas, e investimentos acima de quaisquer outras temáticas relevantes. O “entrave” partidário (mal sistêmico da vida nacional), ao não entrar em campo, e a concentração da força pública em uma frente que produz gente talentosa em diferentes carreiras, torna esta importante região do Nordeste uma joia nacional.
Sonho com o dia em que veremos Minas Gerais seguir o mesmo princípio: sendo governador e prefeitos de Centro, Esquerda ou Direita, caso inexista fronteiras nos diálogos, restará o consenso para as soluções e, nesse momento, apenas ganham os cidadãos, e especialmente os que mais precisam e, não fosse o suporte dos agentes públicos, não teriam natural condição de avançarem no desenvolvimento intelectual. Mas não paro no sonho. Seguirei buscando me inspirar no que há de melhor na história da nossa Educação e, a partir disso, poder dar o exemplo. E a escuta segue ativa. Caso tenha uma boa ideia ou projeto, no coração da juventude, sentirei-me honrado em ouvir você, cidadã ou cidadão, a qualquer tempo.
*Célio Frois é cardiologista, professor, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia e vereador por Belo Horizonte