Dr. Célio FroisDr. Célio Frois é cardiologista, professor e titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Para um bom coração, sempre uma gestão técnica

Publicado em 23/06/2023 às 06:00.

Não há coração saudável se não houver preocupação com a saúde, e não por parte de somente um, mas do maior número possível de agentes públicos, com senso de responsabilidade e de urgência – o que significa tanto cuidar do que é prioridade, quanto prevenir aquilo que pode se tornar grave, no tema em questão. Nesta coluna, selecionamos um aparato de exemplos que ilustram o conjunto de ações capazes de caracterizarem uma atenção prática, e não apenas teórica, ao que deve ser levado em conta na qualificação da saúde.

Segundo 68% dos brasileiros, a saúde tem piorado nos últimos dez anos, em termos de gestão pública geral, enquanto para 20% está igual (DataPoder). Mais de metade dos brasileiros (55%) já deixou de comprar remédios por falta de dinheiro. O que podemos fazer? Focar a atenção inicial para as comunidades e regiões que nos cercam, especialmente se, além de ter a dádiva de exercer a vocação da medicina, a cidade nos deu a honra de pertencermos ao grupo dos que possuem um mandato. É com base no senso de prioridade e para evitar óbitos, por exemplo, que reforcei com R$ 200.000,00, especificamente os serviços de urgência e emergência. Segundos podem fazer a diferença na hora de salvar vidas e não podem faltar insumos, profissionais ou estrutura adequada de trabalho. Trabalhar com saúde é uma arte, desde que cada um dê o seu máximo para salvar um ser humano.

Um bom case é o SAMU 192, que foi o primeiro Programa Nacional de Urgências Médicas, criado em 2003 e, atualmente, assiste 85% da população, em 67,3% dos municípios do país. Somente no ano de 2019, seus serviços foram requisitados em ligações telefônicas feitas por mais de 19 milhões de brasileiros. O atendimento é 24 horas por dia, com equipes múltiplas de profissionais da saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas, que atendem às urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da população.

Vale destacar que o SAMU 192 realiza o suporte à urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas. O socorro é feito após chamada gratuita, realizada para o telefone 192. A ligação é atendida por técnicos na Central de Regulação que identificam a emergência e, imediatamente, transferem o telefonema para o médico regulador. Direcionamos uma emenda no valor de R$ 200.000,00, para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), com a finalidade de fortalecer a implementação da ações de atenção às urgências e priorizar os deveres e necessidades concretas do SUS.

Já no que diz respeito à saúde Mental, destinamos R$ 200.000,00 para um ponto que muito acredito, em termos de melhoria do bem-estar social e do foco na necessidade de buscarmos soluções para um problema tão grande em nossa capital e no mundo. É fundamental nos dedicarmos à construção de uma cultura da Saúde Mental na humanidade. Isto precisa ser valorizado. A vida pede equilíbrio e, o atual momento, requer moderação, serenidade e a busca médica por profissionais especialistas de cada área, incluindo a Psicologia e a Psiquiatria - uma vez que a OMS (Organização Mundial da Saúde) prevê que, em 2030, a Depressão será a doença mais recorrente em nosso planeta.

O Brasil é o país mais triste na América Latina e o 2º com maiores índices de Depressão, atrás apenas dos EUA. Abordarmos um tabu não só é necessário, como trata-se de algo que sempre incentivarei, de Projetos de Lei e políticas públicas, ao direcionamento de emendas.

Por fim, cuidamos do envio de recursos a uma instituição referência, que presta serviços relevantes em várias especialidades: o Hospital Evangélico. Penso que assim otimizamos a emenda e beneficiaremos mais pacientes, o que é nosso objetivo maior enquanto melhoria da saúde. O valor de R$ 300.000,00 será utilizado na compra de equipamento que atenderá os pacientes do SUS, especialmente na importante e sensível área da Urologia. É preciso darmos a devida atenção a este segmento médico. E estamos falando de um Hospital que realiza dezenas de transplantes renais, mensalmente, e com um ambulatório repleto de profissionais preparados e dedicados, como o urologista Doutor Arilson de Sousa Carvalho Junior.

É sempre uma tranquilidade adicional colocar aportes financeiros que a condição de agente público nos beneficia, onde há a união de um espaço sério e competente de saúde, composto por médicos eficientes e, simultaneamente, seres humanos extremamente qualificados. Cuidar do coração dos mineiros é entender que um só órgão não faz o corpo humano e um só gesto não é suficiente para transformarmos realidades: há que estarmos em permanente vigilância e em trabalho constante e especializado.

*Célio Frois é cardiologista, professor, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia e vereador por Belo Horizonte

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