Rodrigo Célio de CastroRodrigo Célio de Castro é especialista em Gestão Pública e Presidente do Conselho do Instituto Célio de Castro.

Gestão pública: caminhos para a eficiência

Publicado em 08/05/2023 às 06:00.

A partir de estudos do Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão historicamente vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, e dados cronológicos (em série) do Ministério da Educação, podemos ter um princípio de diagnóstico interessante da gestão da educação em Belo Horizonte, unindo os âmbitos público e privado, e um consequente “combo” de soluções a serem discutidas, que potencializam nosso enfrentamento aos desafios do sistema educacional de nossa cidade.

Somos o 27º melhor município, dentre as 100 cidades brasileiras melhor posicionadas. Enquanto capitais, apenas São Paulo (13º), Teresina (17º) e Vitória (20º), segundo o Ipea. Agora, pensando nas que mais evoluíram na última década, ocupamos a 29ª posição. Por sua vez, Goiânia (20ª), Teresina (25ª), Maceió (22ª), Fortaleza (17ª) e Salvador (3ª) nos superam. Logo, estamos em 4º lugar, considerando as capitais, no ranking geral do país e, na última década, somos a 6ª que mais avançou (Ipea).

Mais um detalhe interessante: nossa BH é a 10ª colocada no Ranking Connected Smart Cities 2020, que significa, na tradução do instituto, a 10ª cidade mais inteligente do país, neste que é um dos mais importantes estudos da área, no mundo. A primeira colocada no ranking geral foi São Paulo (SP); seguida por Florianópolis (SC); Curitiba (PR); e Campinas (SP). Na 5ª colocação está Vitória (ES); seguida por São Caetano do Sul (SP); Santos (SP); e Brasília (DF), em 9ª posição.

Agora, sabemos que positivos ou passivos de melhorias – a depender da interpretação, podemos dizer, definitivamente, que “nem tudo está perdido”. Ao contrário, se a gestão pública contribuir no que lhe cabe, e não atrapalhar os que podem verdadeiramente ajuda; e ao contrário, favorecendo-lhes no percurso para a melhoria da Educação de Belo Horizonte, como um todo, podemos evoluir, e muito, no âmbito geral. Como? Proponho uma ideia central e cito um exemplo qualificado.

Penso que a Secretaria Municipal de Educação não deve apenas se preocupar com o que, historicamente, são as pautas mais conhecidas (aumento salarial dos professores, qualificação permanente e diversificada dos mesmos, plano de carreira adequado, cumprimento dos direitos, em dia, bem como a oferta de devida condição de trabalho, ao falarmos das escolas geridas pela Prefeitura). Entretanto, por que não dialogar, de modo inteligente, com o sistema privado?

Das 100 melhores escolas de Belo Horizonte, no Ranking do MEC, 80 são particulares e 20 são públicas, aproximadamente. Há capital intelectual, no sentido pedagógico, que pode e deve ser transmitido por quem se encontra em destaque no estudo. É o que se faz com a boa sabedoria. Ao mesmo tempo, seria fundamental que os gestores de escolas privadas pudessem conhecer as dificuldades reais, práticas e “de campo”, das escolas públicas, para auxiliarem, de forma efetiva e concreta, no conjunto de soluções que podem ser imaginadas e aplicadas. Esta troca se daria com poucos profissionais de cada instituição, para haver otimização do tempo e melhor compartilhamento de ideias, práticas e conselhos, sem sobrecarregar quaisquer partes nesta ideia de “apadrinhamento otimizado e eficaz”, além de barato, por se tratar de um mecanismo de larga periodicidade e pequenas, mas cirúrgicas, intervenções na relação de cooperação mútua.

Por fim, como é valoroso reconhecermos os bons patrimônios que temos na cidade, o Sistema Logosófico de Educação, cuja Pedagogia se baseia no conhecimento de si, mecanismos de defesa mental e a importância da superação humana, enquanto sociedade, em igual importância em relação ao contato com as disciplinas curriculares tradicionais, na formação do educando.

Nos dias 19 e 20 de maio de 2023, Belo Horizonte terá o privilégio de sediar o Congresso Internacional de Pedagogia Logosófica, cujas instituições, entre colégios, fundações e sedes culturais, se espalham pelo mundo todo. O objetivo do evento é intercambiar sobre o aperfeiçoamento e a evolução do ser humano, com estratégias que envolvem educar a conduta para a vida. O aluno é estimulado a desenvolver as funções de estudar, aprender, ensinar, pensar e realizar, que resultará em aptidões individuais de incalculável significado para o futuro pedagógico na educação da humanidade. Enfim, pesquisem a respeito. Os bons exemplos devem ser seguidos e multiplicados. Vamos em frente.

*Rodrigo Célio de Castro é especialista em Gestão Pública e Presidente do Conselho do Instituto Célio de Castro.

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