Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Bolsonaro já não sabe se escapa da prisão, enquanto em BH a confusão é na Câmara de Vereadores

Publicado em 26/08/2023 às 06:00.

Que confusão arrumaram para o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apaniguados. Começa com o tenente-coronel Dias mentindo. E termina com a possibilidade de prisão do próprio ex-presidente, como, aliás, ele admitiu ao dizer que não se sente à vontade em território brasileiro.

De qualquer forma, no entanto, é esperada a chegada do ex-presidente para receber o título de cidadão honorário de Minas Gerais, das mãos, quem sabe, do próprio Zema, cuja bancada apoiou a dação do título de cidadão mineiro ao ex-presidente da República.

Espera-se, no entanto, que possa haver tumulto nas proximidades da Assembleia Legislativa. Isso porque há diversos pronunciamentos e chamadas de tevê conclamando a população a não referendar o título conferido pela bancada majoritária na Assembleia Legislativa, sobretudo nas redes sociais. Como Zema deverá estar presente e como sua tropa de choque não brinca em serviço, é possível que possa haver choque entre os que apoiam e os não apoiam a deferência dada pelos estaduais mineiros. Mas vale o alerta do deputado Tadeu Leite: não será feito às pressas, embora a solenidade já esteja marcada para a essa próxima segunda-feira – o ex-presidente já até deixou o hospital nessa sexta-feira.

A surpresa, no entanto, vem do deputado estadual Eduardo Azevedo, do PSC, um aliado do governador Romeu Zema que promete votar contra a PEC, proposta pelo governo, que prevê o fim da obrigatoriedade do referendo popular para fazer as privatizações. “ Estamos alinhados com o governo, mas esse projeto da PEC não o vejo com bons olhos, o de tirar o referendo popular. A população precisa ser ouvida e consultada se vivemos num país democrático. Eu sou contra o fim do referendo”, disse o deputado Eduardo Azevedo (PSC).

Mas vem mais confusão aí nessas paragens mineiras. Está perto de explodir a relação amigável entre o presidente da Câmara de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo, e o grupo político do secretário da Casa Civil, Marcelo Aro. O fato agora é que pode haver uma acusação de fraude patrocinada pelo presidente da Câmara que acusa a prefeitura, no entanto, de coagir o corregedor para mentir sobre a situação.

Essa nova crise começou quando o PDT ingressou na Câmara com um pedido de cassação de mandato contra Gabriel Azevedo por suposta quebra de decoro parlamentar por ter, Gabriel, discutido e atacado o vereador Wagner Ferreira (PDT). E aí começa a confusão com ataques e contra-ataques. Gabriel acusa o PDT que acusa o procurador da Câmara, enfim, um jogo de empurra que não tem tamanho, mas que começa com o desentendimento entre o presidente da Câmara Municipal e o procurador Crispim a voltar atrás, numa fofoca bem ao  tipo de uma Câmara Municipal. No final não parece ficar claro, mas é possível que o grupo de Marcelo Aro, chefe da Casa Civil do governo Zema, teria ficado estabelecido que Gabriel se afastaria da Câmara para dar lugar ao vice Juliano Lopes (Agir) aliado de primeira hora do poderoso Marcelo Aro, já que Gabriel Azevedo parece ter a pretensão de chegar à prefeitura de Belo Horizonte – pelo menos tem se esforçado para tanto.

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