Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Bomba na política mineira: Eduardo Costa pode vir a ser vice de Zema

21/06/2022 às 11:26.
Atualizado em 21/06/2022 às 11:28

Novidade maior não poderia haver nessa pré-corrida eleitoral: Eduardo Costa possível vice na chapa do governador Romeu Zema. Alguém poderia supor algo parecido? Confesso que não, a despeito de o jornalista, da Rádio Itatiaia e da tevê Record, em seu Instagram, com perto de 80 mil seguidores, ter usado algumas vezes a rede social para bater forte no ex-prefeito Alexandre Kalil, cobrando dele, inclusive, a abertura da caixa-preta da BHTrans, uma promessa de campanha de Kalil.

O fato é que a notícia de que Eduardo Costa poderá compor a vice com Romeu Zema de certa forma pegou meio mundo de surpresa. Ora, Eduardo não é uma figura fácil. É polêmico, tem posições firmes em alguns momentos, mas flexíveis em outros, mas tem habilidade. Não é à toa que está há tanto tempo na Itatiaia e já de alguns anos também na TV Record.

De qualquer maneira, a notícia não deixa de abalar o mundo político, sobretudo quando à frente de Eduardo estavam políticos experientes como o deputado federal Marcelo Aro ou o ex-secretário de Romeu Zema, Bilac Pinto, de tradicional família de políticos do sul de Minas.

É verdade que uma candidatura assim não nasce de uma hora para outra. Vai ter muita conversa ao pé do ouvido, muito tapinha nas costas, até que se chegue a uma conclusão. Eduardo é do mesmo partido de seu colega de rádio, o deputado João Vitor Xavier, o Cidadania, coisa aliás mantida sob o sagrado manto da política mineira. 

Nessa disputa em que o presidente Bolsonaro tenta se aproximar do governador Romeu Zema, a despeito de já ter lançado como seu candidato o senador Carlos Viana, não deixa de ser curioso observar que o candidato à Presidência da República que ganhar em Minas ganhará também a Presidência da República.

O problema é que o Cidadania está federado em nível nacional com o PSDB, o que caberia uma consulta aos tucanos. De qualquer maneira, as cartas estão na mesa, muitas ainda viradas para os jogadores, de forma que é preciso dar tempo ao tempo, até porque, embora Eduardo Costa tenha dito numa rede social hoje que seu tempo no jornalismo está chegando ao fim, o fato é que não se pode deixar de pensar também na possibilidade de engajamento do dono da Itatiaia, Rubens Menin, no processo eleitoral. 

De qualquer forma, o governador Romeu Zema ainda é favorito na disputa, como reconhece o cientista político Oswaldo Dehon, mas não se pode deixar de reconhecer que o ex-prefeito Alexandre Kalil vem reduzindo essa diferença, segundo Dehon, pela negação das regras mais simples da política. Uma delas, como os eleitores reagem ao neobolsonarismo de Eduardo Costa, a pedra maior jogada na sucessão estadual.

Nessa disputa em que o presidente Bolsonaro tenta se aproximar do governador Romeu Zema, a despeito de já ter lançado como seu candidato o senador Carlos Viana, não deixa de ser curioso observar que o candidato à Presidência da República que ganhar em Minas ganhará também a Presidência da República. 

Por enquanto, aqui em Minas, Lula tem estado na frente. Mas nada impede que Bolsonaro descarte Viana e se alie a Romeu Zema para ampliar as suas chances de vitória. Em política, já dizia Ulysses Guimarães, o difícil é ver um boi voar.

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