Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Ciro trama com Aécio e derrubam o presidente do PDT em Minas

Publicado em 28/05/2022 às 06:30.

O pré-candidato Ciro Gomes parece não acreditar que dificilmente sairá do terceiro lugar se não parar de disparar o que já lhe é folclórico: a metralhadora giratória. Parece que, sem ela, Ciro não existe. E ataca Lula, ataca Bolsonaro e, não satisfeito, esbodegou ontem o candidato do seu partido, o PDT, Miguel Corrêa Júnior, ao governo do Estado.

Mais uma de Ciro Gomes. Resultado: o presidente da legenda no Estado, deputado federal Mário Heringer, pediu para sair do comando do PDT em Minas por se sentir sem condições de continuar à frente da legenda no segundo colégio eleitoral do país.

Mas Ciro foi além: numa entrevista à CNN, o presidenciável disse, passando por cima de Heringer, que Miguel Corrêa não será o candidato do seu partido – o partido agora é dele... – ao governo do Estado.

É até possível. Há informações de que Ciro Gomes está em negociação com o deputado Aécio Neves para que se faça uma dobradinha entre os dois partidos para que seja lançado um outro nome.

Daí a certeza de Ciro Gomes ao dizer que Miguel Corrêa, que se filiou ao PDT em março – ele que sempre foi filiado ao PT – não será o candidato do partido dele ao governo do Estado.

E, com isso, criou mais uma confusão dentro e fora do PDT, logo Ciro que, na pesquisa do Datafolha de quinta-feira, marcou apenas 7% das intenções de voto, empacando de vez na terceira via, de tal sorte que correligionários de João Dória já começam a pensar numa possível volta do candidato do PSDB, até porque tanto Ciro como a senadora Simone Tebet não decolam, daí o possível apelo para a volta do ex-governador de São Paulo.

E Ciro Gomes ainda fala que ele é, dos três que lideram a pesquisa do Datafolha, o que tem menos rejeição. De fato, tem: Bolsonaro é rejeitado por 54% dos eleitores; Lula por 33% e Ciro Gomes por 19% – e logo atrás de Ciro, com 11%, está o desconhecido general Santos Cruz.

Mas uma outra surpresa ficou por conta do governador Romeu Zema, que, anteontem, durante solenidade na Fiemg, jurou fidelidade ao candidato do seu partido, o Novo, Felipe D'Ávila. Pode ser. Mas ainda ecoa na memória das pessoas o apelo que Romeu Zema fez no último debate da Globo para que o eleitorado de Minas votasse no candidato Jair Bolsonaro – casando assim sua imagem à do presidente, que era o favorito nas pesquisas.

Que D'Àvila fique esperto, ainda que Zema não queira se aproximar tanto de Bolsonaro, que tem na manga o senador Carlos Viana como provável candidato ao governo de Minas. Mas, em situações assim, tudo pode acontecer. Inclusive, nada!

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