Ao término de uma partida é comum observarmos adeptos e jornalistas a comentarem se uma equipa jogou bem ou mal. Até aí, está tudo bem! O ponto interessante é na enorme subjetividade que circunda estas opiniões, devido ao fato de cada um possuir seu significado de jogar bem. Muitas das vezes, este significado está circunscrito em um conceito de uma equipa que atua com maior posse de bola, com passes apoiados e envolventes, a jogar no campo do adversário. Mas, será isto “jogar bem” no futebol? Afirmo que não!
O futebol pertence a uma indústria do entretenimento e, assim sendo, é interessante que a plasticidade do jogo se mostre interessante aos adeptos, que é seu maior consumidor. A ampla maioria prefere um jogo intenso, com muitas chances de gol, com a emoção à flor da pele. Porém, esta mesma maioria quer que seu time vença e nem sempre é possível chegar a este objetivo jogando desta maneira. Portanto, são necessárias ideias e estratégias distintas.
Jogar bem nada tem haver com um estilo de jogo A ou B, até porque cada um possui um gosto. O jogar bem é atender ao máximo aquilo que foi modelado em treino, planeado e solicitado pelo staff técnico. Dentro disso, precisamos também reconceituar o que é “ controle do jogo”. Para ter este controle, não necessariamente é preciso ter a bola e jogar com linhas altas. No final, é preciso monitorar as ações do jogo, mesmo que com uma equipa mais reativa, em marcação de bloco baixo. A posse de bola é uma ferramenta e não um fim em si mesma. Assim, a disposição ou não da bola também nada tem haver com estar a controlar o jogo.
No fim, o mais difícil é fazer com que os jogadores pensem a mesma coisa em todos os momentos de jogo. Este é o desafio do treinador e o grande balizador para dizer se uma equipa jogou bem ou não. E aí, na sua opinião, qual seleção melhor tem cumprido seu plano de jogo na Copa até aqui?