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Rafa AnthonyTrader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

Apagão estatístico nos EUA exige prudência enquanto recuo nas tarifas abre espaço para alívio

Publicado em 14/11/2025 às 19:39.

O fim do shutdown americano devolveu alguma normalidade ao governo, mas não exatamente ao entendimento de quais serão os próximos passos da economia. Boa parte das estatísticas de outubro simplesmente não existe e o Banco Central americano (FED) terá de tomar decisões relevantes entre cortar ou manter os juros, sem saber como o mês se comportou em inflação e emprego. O apagão de informações deixa o comitê dividido e o mercado cauteloso. A probabilidade de corte de juros em dezembro que antes era a aposta majoritária perdeu força e a chance de manutenção volta ao radar com mais intensidade. É como se todos estivessem andando com o farol baixo em uma estrada longa esperando por algum sinal mais claro no horizonte, por isso o dólar parou de cair ao longo da semana.

O desempenho dos mercados globais

Nesse ambiente de incerteza as bolsas americanas caminham em ritmos distintos. O Dow Jones renovou recorde enquanto o Nasdaq sente o impacto da rotação para setores menos sensíveis às oscilações de juros. A queda expressiva do petróleo após previsão de excesso de oferta para o ano que vem acrescentou mais um elemento de prudência. Movimentos no câmbio como a desvalorização do iene reforçaram a sensação de um mercado que tenta se ajustar enquanto observa bancos centrais ainda sem direção firme.

O Banco Central brasileiro e o freio discursivo

Aqui no Brasil o Banco Central optou por reduzir as expectativas de flexibilização monetária. Galípolo foi direto ao afirmar que a comunicação do Copom não contém sinais de cortes iminentes. Em sua avaliação a tarefa de trazer a inflação exatamente ao centro da meta exige continuidade da postura atual. O recado foi firme embora apresentado de maneira cuidadosa e ajuda a explicar por que os juros futuros mostraram pouca oscilação mesmo diante do alívio nas taxas americanas. O cenário doméstico segue apoiado em dados que indicam resiliência, mas também alguma perda de fôlego em setores importantes.

A bolsa brasileira pausa a sequência de altas

O Ibovespa interrompeu sua série de ganhos, mas a correção foi discreta. A queda do petróleo pesou sobre Petrobras e os resultados de alguns bancos adicionaram pressão. Ainda assim a recuperação parcial ao longo do pregão sugere que o apetite por risco continua presente. O comportamento do dólar que voltou a subir sem romper patamares considerados sensíveis também mostra que o mercado ainda encontra suporte no diferencial de juros e no fluxo relativamente estável.

Trump reduz tarifas sobre café, carne bovina e frutas

A frente comercial ganhou força com uma notícia relevante de última hora. A Casa Branca confirmou a redução das tarifas aplicadas ao café, à carne bovina e a frutas brasileiras após semanas de pressão do setor agrícola dos dois países. O recuo foi rápido e reflete o ritmo intenso das negociações entre Brasil e Estados Unidos que nas últimas rodadas já indicavam avanço. A decisão atende a demandas importantes do agronegócio brasileiro e também do empresariado americano que vinha alertando para o impacto da sobretaxa sobre custos e abastecimento. O movimento reduz tensões e abre espaço para um ambiente mais construtivo nas próximas etapas do diálogo comercial.

O balanço da semana sugere um ambiente um pouco mais organizado para os investidores. A volta parcial do governo americano reduz incertezas e a redução das tarifas trazem alívio. No cenário doméstico a firmeza do Banco Central ajuda a ancorar expectativas e a bolsa mostra resiliência mesmo com correções pontuais. Nada aponta para movimentos explosivos, mas há espaço para uma próxima semana mais estável. A cautela permanece, porém, acompanhada de sinais discretos de melhora e oportunidades seguras.

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