Muita gente lê uma coluna de opinião sobre o mercado financeiro esperando encontrar, logo de cara, uma recomendação quente de investimento, daquelas que prometem retornos espetaculares, como vemos nos noticiários. Mas investir vai muito além de seguir dicas pontuais. Trata-se de um processo de aprendizado constante, em
que entender os riscos e tomar decisões conscientes é o que, de fato, transforma capital em retorno financeiro.
Apesar de toda a visibilidade que a Bolsa tem ganhado nos últimos anos, o número de investidores no Brasil ainda é tímido, menos de 5% da população participa do mercado. Nos Estados Unidos, esse número ultrapassa os 60%. E, por aqui, em meio a um cenário político altamente polarizado, são justamente as notícias de cunho
político que mais balançam os mercados. Por isso, mais do que nunca, acompanhar esses movimentos com atenção é essencial para quem quer alcançar bons resultados e entender o que aconteceu com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) na última
sexta-feira, 1º de agosto de 2025.
Rentabilidade, volatilidade e política: os três pilares do eterno dilema BBAS3
Na sexta-feira, 1º de agosto de 2025, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) despencaram 6,85%, encerrando o dia cotadas a R$ 18,35. O tombo foi o maior do Ibovespa e gerou um burburinho compreensível no mercado, principalmente entre os investidores pessoa física que carregam BBAS como um dos queridinhos da renda variável.
Mas afinal, o que está acontecendo?
O lucro do banco recuou de forma significativa no trimestre, acendendo a luz amarela. Foi uma queda de dois dígitos em relação ao mesmo período do ano passado. Sim, é relevante. Mas é importante separar o que é normal de uma economia cambaleante do que é um sinal de alarme real.
Além disso, o retorno sobre o patrimônio ainda está acima do de muitos concorrentes no setor. Em outras palavras, o banco está ganhando menos, mas ainda está ganhando bem.
O peso da política
Na semana passada, sanções externas agravaram o clima. Bancos que fazem negócios com pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky podem, mesmo indiretamente, ser considerados cúmplices. Isso os expõe a sanções secundárias, e bancos com histórico de negligência no cumprimento da norma podem ter dificuldades para operar em mercados como os EUA, Reino Unido e União Europeia.
Ao contrário dos bancos privados, o Banco do Brasil carrega consigo o fardo (ou a vantagem, dependendo do ponto de vista) de ser uma estatal. Isso significa que a direção muda conforme o vento de Brasília e uma interferência externa pode levar o banco a uma situação extremamente delicada.
O prêmio do caos
Mas nem só de notícias ruins vive uma ação. O Banco do Brasil, quando comparado aos seus pares privados, costuma ser mais volátil. E é justamente essa oscilação que, para o investidor disciplinado, pode representar uma mina de ouro.
Conclusão: volatilidade não é defeito, e não podemos ignorar isso
No fim das contas, o BB segue sendo um dos maiores bancos do país, com rede capilarizada, base de clientes gigantesca e lucro consistente. A queda recente pode ser, sim, um aviso. Mas também pode ser um convite a uma boa oportunidade, se aproveitada no momento certo.