A semana foi marcada pelo ritmo mais devagar do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. O volume caiu bastante, isso deixou os mercados do mundo inteiro um pouco mais tranquilos. Mesmo assim, o Brasil não ficou parado, com discussões importantes na política, falas do Banco Central e a Bolsa renovando recordes.
O recado do Banco Central
O mercado analisou os dados do Caged divulgados ontem, 27 de novembro, às 14h30. O resultado ficou em 85 mil vagas líquidas, abaixo do esperado. Parte dos investidores chegou a especular se o número mais fraco poderia aliviar a pressão nos juros. Mas Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, reforçou que o BC não se guia por indicadores isolados. Ressaltou que há pressão inflacionária persistente e que a atividade segue resistente, mesmo com juros altos.
O efeito foi imediato. As apostas em corte logo no início de 2026 perderam força, e o mercado voltou a ajustar a curva de juros para cima nos vencimentos curtos, refletindo o discurso firme da autoridade monetária.
O cenário político aumentou o ruído
Enquanto isso, o clima em Brasília ficou agitado. O Congresso derrubou vetos presidenciais sobre temas ambientais, o que reacendeu o desgaste entre Executivo e Legislativo. Esse tipo de conflito costuma gerar dúvidas sobre as contas públicas e sobre a capacidade do governo de aprovar medidas importantes. É um cenário que deixa investidores mais cautelosos, porque política e economia sempre caminham juntas no Brasil.
Petrobras trouxe estabilidade
No meio desse ambiente mais tenso, uma novidade positiva veio da Petrobras. A empresa apresentou seu novo plano de investimentos para os próximos anos. O mercado já esperava um número próximo ao que foi anunciado, e isso ajudou a manter a tranquilidade. Não houve surpresas nos investimentos nem na política de dividendos, o que trouxe uma sensação de estabilidade em um momento de muitas incertezas.
No exterior, o petróleo também subiu um pouco, influenciado pela expectativa de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) mantenha a produção controlada.
A Bolsa mais uma vez renovou recordes
Mesmo com o Banco Central duro no discurso e a política barulhenta, o Ibovespa seguiu firme, puxado principalmente por Petrobras e Itaú. O banco anunciou o pagamento de R$ 23,4 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, reforçando o apetite por ações do setor financeiro.
A bolsa brasileira emplacou o terceiro pregão consecutivo de recorde histórico, superando com folga os 158 mil pontos. O movimento sugere que, apesar do desconforto com juros altos, ainda há confiança nas empresas brasileiras e espaço para tomada de risco.
Um fechamento que prepara o terreno
O dólar voltou para perto de R$ 5,35, enquanto os juros curtos subiram após as falas do BC e os longos ficaram praticamente estáveis.
A sensação final é de que esta foi uma semana de transição. A liquidez global ficou menor por causa do feriado, mas o Brasil continuou acumulando sinais importantes. Na próxima semana, com o mercado voltando ao ritmo normal, o investidor deve encontrar um ambiente mais movimentado, guiado pelos indicadores que ainda serão divulgados e pelas últimas decisões dos bancos centrais antes da virada do ano.