Rafa AnthonyTrader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

Brasil em foco: crise no INSS, gripe aviária e a nova era dos emergentes

Publicado em 19/05/2025 às 10:59.

INSS e a farra dos descontos irregulares

Ao que parece, ao longo dos anos o INSS virou terra de ninguém, ou melhor, terra dos espertos. Pois é.

Neste sábado, foi divulgada a informação de que quase 1,5 milhão de aposentados solicitaram a restituição de descontos indevidos em suas aposentadorias. São valores baixos, descontados por associações e sindicatos, que se repetem há anos e
prejudicam justamente quem mais precisa: idosos que dependem única e exclusivamente da aposentadoria para viver.

O escândalo é tão grande que até o Congresso acordou. Fala-se em CPMI, aquela sigla que significa que vão investigar com vontade (ou ao menos prometer que vão). Até o presidente do Senado, David Alcolumbre, já lavou as mãos e avisou: "Gente, não dá pra segurar essa onda";. Diante da pressão, a questão parece não ser mais "se" a CPMI será instalada, e sim "quando". 

Será que sai antes do próximo Carnaval? 

Gripe Aviária: um resfriado com efeitos bilionários

Um único caso de gripe aviária confirmado em uma granja no Rio Grande do Sul foi suficiente para provocar um efeito dominó nas exportações brasileiras de frango. A China, nosso maior parceiro nesse mercado, suspendeu 51 frigoríficos brasileiros. Isso mesmo: cinquenta e um, incluindo gigantes como JBS e BRF.

Agora, o governo tenta negociar uma quarentena regionalizada, mas o estrago já está feito. Além da China, países como Canadá, Argentina, Chile, Coreia do Sul e membros da União Europeia também anunciaram restrições. 

Com isso, o frango virou um pássaro de alto risco. Estima-se um prejuízo de até US$ 200 milhões por mês, com impacto direto na economia. O Rio Grande do Sul decretou estado de emergência em saúde animal por 60 dias, intensificando as medidas de
controle.

A boa notícia (para o consumidor): esses frangos que não serão exportados devem ficar no mercado interno, o que pode provocar queda nos preços a curto prazo. Mas lembrem-se: frango só bem cozido ou frito, ok?

Mercados Emergentes: a nova aposta global?

Depois de anos perdendo para a bolsa americana, agora dizem que “chegou a nossa vez”. Será mesmo?

Por que os emergentes estão na moda.

Morgan Stanley, Bank of America e outros gigantes financeiros acreditam que países como Brasil, Índia e México estão descontados e podem crescer mais do que os EUA e a Europa nos próximos anos. A lógica é simples: depois de muito castigo, qualquer melhora na economia global ou nos juros pode atrair capital estrangeiro.

Como aproveitar a oportunidade?

Já ouviu o ditado “em terra de cego, quem tem um olho é rei”? Pois é. Informação é poder. E é justamente essa leitura que ajuda a explicar por que a Bolsa brasileira recuperou perdas e testou seu topo histórico recentemente. Se você está se perguntando como transformar essa informação em lucro, eu vou te ajudar.

Diversificação é a chave: Temos uma das maiores taxas de juros do mundo. Mesmo com a possibilidade de o Banco Central interromper o ciclo de cortes, a renda fixa continua sendo o carro-chefe no momento, por ser considerada um investimento de
baixo risco. 

Mas se você quiser surfar a onda dos emergentes, vai precisar assumir algum risco. E para isso, diversificar é essencial.

A Bolsa de Valores pode trazer boas oportunidades e cada setor tem suas peculiaridades: Exportadoras (Vale, Petrobras, Suzano): ancoradas em commodities, tendem a se beneficiar da alta nos preços internacionais. Bancos (Itaú, Bradesco):
ganham com a recuperação do crédito e da atividade econômica. Energia e infraestrutura (Weg): são apostas mais sólidas para o médio e longo prazo, especialmente com a entrada de capital estrangeiro.

ETF e Fundos de Investimento: Se você não quer escolher ação por ação, pode optar por ETFs, que funcionam como uma “cesta” com várias empresas. Mais prático e diversificado. Outra opção são os fundos de investimento, onde um gestor profissional faz todo o trabalho por você.

Mas atenção: renda variável é como um carro veloz e sem airbag, pode acelerar muito, mas se bater, dói. Por isso, se for entrar, faça com moderação, paciência e pé no chão.

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