
Em meio a discursos discretos e gestos pouco formais, o presidente Donald Trump revelou, quase como um comentário de bastidor, que os Estados Unidos já assinaram um novo acordo comercial com a China. A confirmação oficial veio pouco depois, pelo secretário de Comércio Howard Lutnick, destacando inclusive temas estratégicos como as terras raras.
O prazo final para resolver definitivamente as tarifas permanece em 9 de julho. Paralelamente, as conversas com a Índia avançam sem prazo definido, mas com acenos positivos de Trump.
Fed: novo presidente a caminho?
Outro assunto movimentando os mercados é a possível antecipação da escolha do sucessor de Jerome Powell no Federal Reserve. Apesar do mandato de Powell ir até maio, analistas acreditam que uma nomeação precoce poderia influenciar decisões no curto prazo, especialmente em um cenário econômico já desacelerado.
Enquanto isso, as críticas públicas de Trump a Powell continuam firmes. O presidente americano voltou a defender cortes mais agressivos nos juros para estimular a economia. Apesar da pressão, integrantes do Fed indicam que mudanças ainda são improváveis em julho, aguardando mais dados antes de flexibilizar.
Inflação nos EUA: tudo sob controle, ou quase
Hoje foi divulgado o índice PCE americano, a métrica preferida do Fed para inflação, que veio em linha com as expectativas, mas reforçam a resistência da inflação, especialmente no núcleo, alimentando expectativas sobre o início dos cortes de juros já em setembro.
Brasil: Déficit Zero, IOF derrotado e a salvação pelo Pré-sal
No Brasil, enquanto os EUA especulam sobre juros, o centro das atenções é a pauta fiscal. A derrota política do governo, com a queda do decreto que aumentava o IOF, colocou em dúvida a meta de déficit zero defendida pelo ministro Fernando Haddad, que precisou explicar na GloboNews como pretende manter as contas equilibradas sem esse recurso.
A saída emergencial agora parece vir do pré-sal. Um novo leilão em áreas próximas às já exploradas pode gerar até R$ 15 bilhões ainda este ano. E não por acaso, a aprovação desse leilão ocorreu justamente no dia da queda do IOF. Coincidência? Talvez.
Cenário de 2026: apertem os cintos
As projeções fiscais para 2026 não são animadoras. Analistas estimam um rombo entre R$ 70 bilhões e R$ 90 bilhões, e a revisão da meta já é vista com naturalidade. Como alternativa, o governo busca revogar benefícios fiscais das LCAs e LCIs LCIs (investimentos isentos de imposto de renda) por meio de uma Medida Provisória, a MP 1303. E começa a pensar em ir ao STF para resolver o impasse com os parlamentares. Lula ainda não decidiu, mas algumas pessoas do governo já estão se preparando para essa briga.
Caminhando no escuro
Seja na Casa Branca ou no Planalto, a política econômica de 2025 parece caminhar a passos largos... no escuro. E o investidor, como sempre, torce para não tropeçar junto.