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Rafa AnthonyTrader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

Entre tarifas, PIX e decisão do STF sobre o IOF: o Brasil na encruzilhada diplomática

Publicado em 18/07/2025 às 18:54.Atualizado em 18/07/2025 às 18:55.

O Pix, nosso já indispensável sistema de pagamentos instantâneos, ultrapassou os 175 milhões de usuários e se firmou como a principal forma de transferência do país. O que começou como uma inovação bancária nacional agora virou assunto geopolítico.

O motivo? Uma investigação americana sobre supostas práticas comerciais desleais cita o Pix como uma possível ameaça. Segundo especialistas, a velocidade com que o sistema foi adotado, somada à sua abertura para países vizinhos, acendeu o alerta em Washington. O receio é que o modelo brasileiro se espalhe e enfraqueça o domínio global de gigantes do setor financeiro.

A resposta do governo veio com um leve deboche nas redes sociais: “Parece que nosso Pix vem causando um ciúme danado lá fora. Tem até carta reclamando da existência do nosso sistema seguro, sigiloso e sem taxas. Só que o Brasil é o quê? Soberano. O Pix é nosso, my friend!”

STF no time do Planalto, mas o Congresso faz cara feia

Na política, todo gesto tem custo. E os últimos dias foram recheados de recados. O STF validou o decreto do Executivo que aumentou o IOF, o que foi visto como vitória do Planalto. Já no Congresso, o clima não foi de festa, muitos esperavam que o ministro Alexandre de Moraes fosse mais “compreensivo” com os planos VGBL, o que não aconteceu. Resultado? Um descontentamento discreto, mas perceptível dos parlamentares.

No mesmo ritmo, Lula vetou o projeto que aumentava o número de deputados de 513 para 531. Poderia ter deixado o Congresso assumir o desgaste, mas preferiu bancar a decisão. O timing, no entanto, foi ingrato, a tal "reconstrução institucional" entre os Poderes estava em andamento, e o discurso da soberania nacional ganhava força frente à pressão internacional. O troco veio rápido, o Senado esvaziou e a votação da PEC dos Precatórios foi suspensa por "falta de quórum".

Enquanto isso, a Câmara libera bilhões para o Agro

Do outro lado da Praça dos Três Poderes, a Câmara fazia sua própria movimentação e aprovou, com ampla maioria, uma linha de crédito de até R$ 30 bilhões para o agronegócio usando recursos do Fundo Social do pré-sal, originalmente destinados a áreas como educação, saúde e habitação. 

O texto, que começou focado no pequeno produtor, foi reconfigurado para atender também grandes empresários rurais e cooperativas, com juros camaradas e carência generosa. No fundo, foi um recado direto, se o Planalto quer jogar duro, o Congresso sabe como devolver na mesma moeda e de preferência com cifras bilionárias e impacto direto no Orçamento.

Truco Geopolítico: blefe ou Lula tem um Zap?

Em meio à tensão, Lula aproveitou a deixa para usar o bom e velho truco como metáfora geopolítica. Em Goiânia, diante de estudantes, ele mandou um recado: “não é um gringo que vai dar ordem para este presidente da República” e completou com uma analogia de truco, jogo que todo brasileiro conhece bem, “quando o cara truca, ou a gente corre ou grita seis”. Mais tarde, na Bahia, veio outro recado, disse que não é de briga, mas também não foge dela, e deixou no ar uma previsão de que Bolsonaro, a quem chamou de “aquela coisa que governou o País”, vai “ver o sol nascer quadrado logo, logo”. Dito e feito: nesta sexta-feira, o Supremo impôs ao ex-presidente Bolsonaro o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher, proibição de contatos e restrições nas redes sociais. 

E o mercado?

Com esses movimentos, ninguém descarta a escalada da guerra tarifária. O mercado, cauteloso, segue no compasso de espera até a próxima semana.

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