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Dinheiro em JogoRafa Anthony é trader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

EUA e China vão à Suíça... e não é para esquiar

Publicado em 07/05/2025 às 19:49.Atualizado em 07/05/2025 às 20:00.

Prepare o fondue diplomático: neste fim de semana, Washington e Pequim finalmente sentam-se à mesa para as primeiras negociações comerciais desde o início da guerra comercial entre os dois países.

O Grande Encontro

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessint, e o representante comercial dos EUA Jamison Greer reúnem-se com seus colegas chineses, liderados por He Lifeng, vice-primeiro-ministro e ministro da Economia da China. O encontro representa o primeiro gesto concreto de reaproximação desde a visita do vice-presidente chinês Han Zheng a Washington, em janeiro.

Bessint, comedidamente realista, já avisou:

“Acho que se trata de uma redução da tensão, não de um grande acordo comercial.”

E completou:

“Precisamos diminuir a tensão antes de podermos avançar.”

Como quem diz: "vamos conversar como adultos antes de voltarmos a nos chamar de manipuladores de moeda e imperialistas".

Tarifas que desafiam a lógica

A guerra comercial, lançada por Donald Trump com a sutileza de um rinoceronte em uma loja de porcelana, levou a tarifas de 145% sobre produtos chineses e 125% sobre mercadorias americanas. O resultado foi previsível: cadeias de suprimentos desorganizadas, custos repassados aos consumidores e empresas tentando decifrar os próximos passos dos governos.

Para Wendy Cutler, ex-funcionária do Departamento de Comércio dos EUA, o encontro é um bom sinal, mas exige cautela:

"É muito mais fácil impor tarifas uns aos outros do que trabalhar juntos em um plano conjunto para restaurar e estabilizar o relacionamento."

Xi Jinping? Só na próxima fase

Trump queria negociar diretamente com Xi Jinping, mas a China respondeu com um elegante “Xi não vai”. Por ora, He Lifeng assume o papel de interlocutor. A mudança de tom de Pequim chama atenção: até pouco tempo, exigia o fim das tarifas como pré-condição para qualquer diálogo. Agora, diz que não há “nada de errado” em conversar.

Ao ser questionado sobre quem deu o primeiro passo, Bessint respondeu:

"Esta não é a primeira ligação, houve muitos pontos de contato ao longo do tempo."

Ou seja: já havia conversas em segundo plano, o encontro em Genebra apenas formaliza uma aproximação gradual.

Interesse mútuo e desconfiança mútua

O Ministério chinês justificou a decisão de participar das conversas com base nas "expectativas globais, nos próprios interesses da China e nas solicitações de empresas e consumidores americanos". 

Para Wang Chong, pesquisador do Instituto Charhar, levanta um ponto sensível:

"A questão é se o presidente Trump é confiável.". Parece que ele pode mudar de ideia sobre algo em dois dias, dois meses ou um trimestre, quem sabe?”

Resposta: nem o horóscopo chinês arrisca.

Que tal aspirinas na bagagem?

As empresas suspiram aliviadas. Os mercados vibram discretamente. E os analistas mantêm aquela expressão de “calma, pessoal, ainda pode dar ruim”. Nenhum dos lados espera um milagre neste fim de semana. Mas, em tempos de tensões comerciais crônicas, até mesmo o gesto de diálogo já representa um pequeno avanço, e um sinal de que, talvez, um dia, as tarifas comecem a ceder.

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