Rafa AnthonyTrader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

IOF alto? Veja como economizar nas compras internacionais

Publicado em 28/05/2025 às 18:05.
 (Marcello Casal jr / Agência Brasil)
(Marcello Casal jr / Agência Brasil)

Na última semana, o Governo federal resolveu dar aquele “ajuste” no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). E quando eles dizem “ajuste”, já sabemos que vem aumento.

Resultado? Quem compra no exterior, faz remessas ou até guarda dólar em casa agora paga mais caro pelo “privilégio” de ser um cidadão global.

A nova regra é simples, porém dolorosa: qualquer operação de câmbio agora terá uma alíquota padrão de 3,5%. Só para lembrar, esse custo antes podia ser de apenas 0,38%. Ou seja, a diferença é brutal.

E pensar que, em janeiro de 2022, após convite dos 38 membros, o Brasil iniciava seu processo de adesão à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), compromisso assumido pelo governo Bolsonaro. Na época, uma das metas era justamente a redução gradual do IOF até sua eliminação total em 2028. 

Veja como ficou a tributação:

Compras internacionais com cartão de crédito ou pré-pago: 3,5% — ou seja, o IOF virou o acompanhante fixo das suas compras da Amazon gringa.

Compra de moeda estrangeira em espécie: 3,5% — até o velho dólar de papel ficou salgado.

Remessas para o exterior: 3,5% — seja para ajudar o primo na Europa ou pagar o curso online da sua filha, vai doer igual.

Já para remessas destinadas a investimentos, o governo recuou após pressão do mercado e manteve a alíquota em 1,1%.

Mas se o IOF aumentou, como minimizar os danos?

Contas Digitais Internacionais: As contas digitais internacionais, como Wise, Nomad e Avenue, surgiram como alternativas para quem busca economizar nas transações internacionais. Elas oferecem taxas de câmbio mais próximas do comercial e spreads menores. 

Por exemplo, a Wise apresenta um spread de 0,81%, enquanto a Nomad varia entre 2,00% e 1,00%, dependendo do volume de remessa. Mesmo com o IOF de 3,5%, essas contas ainda podem ser mais vantajosas do que os cartões de crédito tradicionais ou a compra do papel moeda. 

Outras estratégias podem ajudar...

Câmbio Travado: Para quem quer previsibilidade, contas internacionais que permitem a compra de dólar antecipada são uma boa solução. Elas eliminam a incerteza da cotação no dia da fatura e trazem mais segurança para quem está se organizando financeiramente.

Por outro lado, essa estabilidade vem com um risco embutido: se a cotação cair depois da compra, não há como voltar atrás. O que é proteção para uns pode parecer perda de oportunidade para outros. 

Cashback: Outro benefício que pode passar despercebido é o cashback, a devolução de uma porcentagem do valor gasto, que pode vir em dólar, criptomoeda ou até mesmo crédito na fatura. Alguns produtos chegam a oferecer até 8% de retorno, e há campanhas promocionais como a da Nomad, que oferece 2% de cashback para novos usuários em um período determinado.

Essas bonificações funcionam como um pequeno alívio financeiro, muitas vezes suficiente para neutralizar parte do IOF ou do spread. Um detalhe que, somado ao planejamento, pode mudar bastante a conta final.

Acúmulo de pontos nos cartões: Para muitos cartões, cada dólar gasto é convertido em pontos que podem ser trocados por passagens, upgrades ou produtos. Dependendo do cartão, especialmente aqueles mais voltados para o público premium, a recompensa pode chegar a 7 pontos por dólar. Na prática, esses pontos podem representar um retorno entre 1% e 3% sobre o valor gasto.

É como se, ao pagar um pouco mais em IOF, você estivesse investindo em futuras experiências, desde que, claro, você saiba utilizar bem seus pontos. 

Planejamento é a chave

Com o aumento do IOF, é mais importante do que nunca planejar suas finanças antes de viajar ou fazer compras internacionais. Compare as opções, analise as taxas e escolha a que melhor se adapta às suas necessidades. Lembre-se: o governo pode taxar, mas com planejamento (e um pouco de criatividade), ainda dá para driblar os piores efeitos do IOF alto.

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