
O bombardeio em larga escala de Israel contra instalações nucleares do Irã incendiou o tabuleiro global. O petróleo saltou quase 10%, os índices futuros desabaram em NY e os ativos de risco entraram em modo pânico. Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, avisou que os ataques continuarão “por quantos dias forem necessários”, e fontes de Tel Aviv falam em operação prolongada. A Casa Branca correu para dizer que os EUA não participaram, mas o estrago já estava feito: o mercado leu como escalada real. Investidores correram para o dólar, o iene e os Treasuries abrindo mais uma semana com risco geopolítico no centro do jogo financeiro global.
Brasília: estresse político, dólar nervoso e Haddad na fogueira
Em solo nacional, o IOF segue sendo a faísca que incendeia a Praça dos Três Poderes. Hugo Motta jogou gasolina no clima com um post em rede social prometendo derrubar o decreto da Fazenda. O problema? Se cair só o novo, volta a valer o primeiro e ninguém quer isso. Agora, os deputados correm para matar os dois de uma vez.
Haddad ofereceu diálogo, reforçou que está 100% disponível para bancadas e líderes. Disse que não está aumentando imposto, está “corrigindo distorções”. Mas o Planalto já percebeu: o Congresso quer mais do que conversa.
Sinais mistos no mercado
Apesar da turbulência política, a Petrobras surfou na explosão do petróleo e nos rumores confirmados por Haddad de que o governo mira dividendos extraordinários para fechar o rombo fiscal. Já o dólar? Quase furou o piso dos R$ 5,50 nos últimos dias, mas voltou para cima com a sabotagem de última hora no IOF e os acontecimentos globais.
Copom e o racha dos juros
A reunião do Copom, marcada para quarta-feira, 18 de junho, virou duelo de apostas: manutenção da Selic em 14,75% ou alta de 0,25pp, levando os juros a 15%? O mercado ainda digere os sinais de Galípolo, presidente do Banco Central, que soaram com viés de mais uma alta. Enquanto isso, a curva de juros andou de lado.
Lá fora, o alívio veio com os indicadores de inflação comportados, fortalecendo a expectativa de até três cortes de juros pelo Fed ainda este ano. Trump, por sua vez, voltou à carga com ameaças tarifárias e xingamentos a Powell, o clássico caos sob controle.
No fim, o recado é claro: entre geopolítica, IOF e metas fiscais, o investidor tem pouco tempo para respirar. E como diria este colunista: já viu esse filme, né? Manteremos o viés de cautela.