Rafa AnthonyTrader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

Juros nos EUA e encontro entre Trump e Xi Jinping alimentam euforia nos mercados

Publicado em 27/10/2025 às 09:17.Atualizado em 27/10/2025 às 09:17.

A semana começa com grande expectativa. Na quinta-feira (30), os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, se encontram na Coreia do Sul, após meses de ameaças, tarifas e recuos. O encontro é tratado como o evento mais aguardado pelos mercados. A simples perspectiva de um acordo trouxe ânimo a Wall Street, que encerrou a semana passada em máximas históricas. 

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que a tarifa adicional de 100% contra a China está “fora da mesa”. A promessa de compras “substanciais” de soja pelos chineses animou produtores nos Estados Unidos e acendeu o alerta no Brasil e na Argentina. Pequim voltando a comprar mais do parceiro americano pode significar menos espaço para os demais exportadores. Ainda assim, a expectativa geral é de trégua e de algum avanço comercial que reduza o risco global. 

Os Juros que Definirão o Humor do Mercado 
Na quarta-feira (29), o Federal Reserve (Fed), banco central americano, deve cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, levando-a para o intervalo entre 3,75% e 4,00%. A decisão já é amplamente esperada e reforça a visão de que a economia americana desacelera de forma controlada. O Banco Central Europeu e o Banco do Japão devem manter suas taxas, mas os sinais do BoJ (Bank of Japan) apontam para um possível aumento até o fim do ano.

Essa sinfonia de juros define o humor dos mercados. Quando o dinheiro fica mais barato, o apetite por risco cresce. E, nesse ambiente, moedas emergentes e bolsas de países como o Brasil voltam a ganhar tração. A expectativa é de valorização do real frente à moeda americana.

Lula e Trump Buscam Resolução para a Guerra Comercial
Enquanto a diplomacia americana e chinesa ocupa as manchetes, o Brasil também busca espaço. Lula e Trump tiveram uma conversa classificada como “franca e construtiva”. O presidente brasileiro defendeu que as tarifas impostas aos produtos nacionais “carecem de base técnica” e pediu uma revisão. Trump, por sua vez, se disse confiante em “fechar bons negócios” com o Brasil.

O clima, segundo o Planalto, foi descontraído. Lula chegou a se oferecer para mediar o conflito entre Estados Unidos e Venezuela, proposta recebida de forma positiva por Trump. Para o agronegócio brasileiro, o sinal é de otimismo, com grande chance de ampliar a lista de produtos isentos das tarifas americanas. E, politicamente, o encontro melhora a imagem de Lula junto ao seu eleitorado. Segundo Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, as negociações bilaterais poderão ser concluídas em poucas semanas.

Balanços das Gigantes Podem Validar ou Dissipar a Euforia das Bolsas
A semana também será movimentada pelas gigantes de tecnologia, as chamadas “Magníficas”. Meta, Alphabet, Microsoft, Amazon e Apple divulgam resultados e podem ditar o ritmo das bolsas em Nova York. No Brasil, Bradesco e Santander apresentam números na quarta-feira (29), seguidos pela Vale na quinta (30).

Os balanços serão o teste de confiança dos mercados. Se as empresas confirmarem lucros robustos, o mercado ganha sustentação, caso decepcionem, a euforia recente pode se dissipar. Diante de todas as informações, o cenário é de cautela, mas com viés positivo, uma semana que promete ser harmônica e animada para os mercados.

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