Logotipo Rádio HED

Redação: (31) 3253-2226

Comercial: (31) 3191-5929

Redação: (31) 3253-2226 - Comercial: (31) 3191-5929

Rafa AnthonyTrader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

Juros permanece em 15%, mas Bolsa vive onda de euforia e recordes

Publicado em 07/11/2025 às 19:36.

Na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (COMPOM), sob o comando de Gabriel Galípolo presidente do Banco Central, decidiu manter a taxa Selic em quinze por cento frustrando parte do mercado que esperava algum sinal de mudança na comunicação. A expectativa era de que o Banco Central começasse a preparar o terreno para uma redução dos juros no início de 2026, mas o Copom manteve o tom firme e conservador.

No comunicado, o Comitê reforçou que a política monetária seguirá bastante contracionista por um período prolongado. O texto veio cheio de contrapontos, reconhece a moderação da atividade, mas lembra que o mercado de trabalho ainda está aquecido. Menciona a melhora da inflação, mas reforça que as expectativas seguem desancoradas.

O resultado foi um recado claro de que os cortes devem começar mais tarde. A maioria dos analistas agora aposta que o primeiro movimento de flexibilização virá apenas em março. Com isso, o Brasil continua com uma das taxas de juros reais mais altas do mundo, o que mantém o investidor em compasso de espera e exige paciência de quem sonhava com um alívio mais rápido.

Trump, tarifas e a diplomacia em suspense

Nos Estados Unidos Donald Trump vive um impasse jurídico com suas tarifas, agora nas mãos da Suprema Corte. As instâncias inferiores já as consideraram parcialmente ilegais e qualquer novo movimento seria um desafio direto ao Judiciário. Por ora, a Casa Branca freou novas tarifas não por trégua, mas por cautela. Parceiros comerciais respiram aliviados, embora o alívio tenha gosto provisório.

Enquanto isso, o chanceler Mauro Vieira se prepara para um novo encontro com o secretário de Estado Marco Rubio no Canadá durante a reunião do G7. O governo brasileiro espera ampliar as negociações para incluir Haddad e Alckmin na tentativa de reduzir tensões e buscar algum alívio para as exportações nacionais.

Petrobras e o desempenho acima das expectativas

A Petrobras registrou lucro líquido de seis bilhões de dólares no terceiro trimestre de 2025, superando em quase cinquenta por cento a mediana das estimativas de mercado. O resultado reforça o papel da estatal como um dos principais motores do Ibovespa.

Mesmo com o petróleo em queda e a dívida líquida em alta de trinta e três por cento, a empresa anunciou dividendos de doze bilhões de reais. O desempenho sólido ajudou a sustentar a sequência histórica da bolsa, que já acumula doze altas consecutivas, algo que não acontecia há quase trinta anos.

A Bolsa em estado de euforia

O Ibovespa chegou a tocar cento e cinquenta e quatro mil pontos nesta sexta-feira, registrando a décima segunda alta seguida e o nono recorde histórico consecutivo. O movimento tem forte participação do capital estrangeiro, que voltou ao Brasil em busca de retornos mais altos diante da perspectiva de juros menores nos Estados Unidos.

Apesar da sequência impressionante, muitos analistas consideram que uma correção é inevitável. Mesmo assim, o fluxo externo e a rotação global de portfólios continuam sustentando o apetite por risco. O ambiente doméstico mais estável e o bom desempenho das grandes empresas reforçam o sentimento de confiança no curto prazo.

O saldo da semana é de euforia, dado os recordes históricos da bolsa. O investidor encerra a sexta-feira com a sensação curiosa de que, mesmo sem grandes novidades, as apostas em boas empresas foram extremamente otimistas. Quem está comprado no Índice Futuro deve manter atenção, pois uma correção no curto prazo continua no radar.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por