Entre tensões comerciais entre EUA e China, decisões da Opep+ e expectativas sobre juros nos dois maiores países da América, mal sobra tempo até para acompanhar os balanços corporativos que, aliás, vêm em enxurrada. Prepare o café e abra a planilha: o mercado não vai dar trégua.
Petróleo em queda: Opep+ pressiona e o Brent sente
A Opep+, em reunião antecipada para o fim de semana, decidiu por mais um aumento na produção de petróleo. A medida chega em um momento delicado, com a demanda pressionada pela guerra comercial entre EUA e China e sinais de desaceleração
global.
A queda nos preços pode aliviar a pressão inflacionária e ajudar os bancos centrais — boa notícia para quem anda sempre com o tanque na reserva. Até a inflação parece estar tirando o pé do acelerador. Só falta o banco central liberar cashback na bomba!
Super Quarta: dois países, duas direções
A quarta-feira trará decisões importantes de política monetária nos EUA e no Brasil. Lá fora, o consenso já aponta para a manutenção da taxa de juros, com mais de 96% das apostas indicando estabilidade. O último relatório de emprego (Payroll), mais forte que o esperado, reduziu as chances de cortes no curto prazo, com o primeiro movimento de afrouxamento agora sendo projetado para julho.
No Brasil, o movimento é o oposto. A expectativa do mercado é de mais um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic, levando a taxa de 12,25% para 12,75%. O Banco Central segue atento aos efeitos da política fiscal e ao ambiente externo. Talvez já tenhamos, nesta reunião, sinais de uma desaceleração no ritmo de aumentos, e quem sabe até uma pausa em Junho?
Brasília: CPI, IR e Haddad
O ministro Fernando Haddad está em viagem pelos EUA e México, com agenda voltada à promoção do Brasil como destino para datacenters. Ele se reúne com representantes de gigantes como Google, Nvidia e Amazon, em um esforço para reforçar a imagem do país como polo seguro e competitivo em tecnologia e infraestrutura digital.
Na política interna, a instalação da comissão especial sobre a isenção do Imposto de Renda deve ocorrer nesta semana, mas a votação deve ficar para o segundo semestre. Também estão no radar a possível criação de uma CPI sobre o INSS, o avanço do PL da Anistia e novos julgamentos relacionados aos atos de 8 de janeiro.
Lula em viagem estratégica
O presidente Lula embarca para a Rússia na quinta-feira, onde fica até sábado. De lá, segue para a China, onde participará do IV Fórum China-CELAC. Enquanto o mercado tenta decifrar os impactos da diplomacia presidencial, ficam as perguntas: virão novos acordos? declarações polêmicas? ou apenas uma foto com panda? Aguardemos.
Temporada de balanços: agenda cheia e olhos atentos
A semana será intensa também no front corporativo, com a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de dezenas de empresas brasileiras e multinacionais.
A lista vai literalmente de A a Z, de Ambev a Zamp, passando por Magazine Luiza, Suzano, Rede D'Or, Ford e Disney em Nova York. Com uma agenda tão carregada, os balanços serão peça-chave para entender o pulso dos setores e as perspectivas para o segundo trimestre. O foco estará em margens, guidance e eventuais surpresas, positivas ou negativas.
Feriados e ausências
Nesta segunda-feira, os mercados da China, Japão e Reino Unido estão fechados devido a feriados locais. A ausência de grandes players pode reduzir a liquidez no início da semana, mas o ritmo acelera já a partir de amanhã.
Conclusão: Respira, mas não muito
A enxurrada de eventos desta semana deve moldar o sentimento dos mercados para as próximas. As decisões do Fed e do Copom, os resultados corporativos e os desdobramentos políticos internos ajudarão a desenhar um panorama mais claro sobre onde estamos, e para onde podemos ir.
Com sorte, chegamos à sexta-feira com menos ansiedade e, quem sabe, até brindamos com uma tacinha de vinho.