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Rafa AnthonyTrader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

Superquarta: corte de juros nos EUA pode injetar bilhões no Brasil

Publicado em 15/09/2025 às 10:17.

A semana gira em torno da chamada Superquarta, quando o FED (Federal Reserve) atualiza suas projeções e Jerome Powell encara a imprensa. Não é exagero dizer que o mundo financeiro para tudo para ouvir suas palavras, já que de um simples corte de 25 pontos-base podem surgir bilhões em fluxos globais, com o Brasil podendo se beneficiar e muito disso. A dúvida agora é se, além dos cortes previstos para setembro e dezembro, os famosos “Fed boys” incluirão também outubro no cardápio.

Selic firme no Brasil

Enquanto isso, por aqui, o Copom também decide sobre a taxa de juros, e a expectativa é de que a Selic seja mantida em 15%. O discurso deve permanecer conservador, apoiado em três pilares. mercado de trabalho aquecido, inflação de serviços resistente e expectativas desancoradas para o IPCA. Analistas até comemoraram revisões positivas a longo prazo, mas a verdade é que as projeções seguem acima do teto da meta. Na melhor das hipóteses, o comunicado pode retirar por completo a menção a novas altas, mas dificilmente abrirá espaço para cortes até dezembro de 2025. Segundo levantamento do Valor, apenas 33 das 118 instituições consultadas acreditam em corte da Selic ainda em 2025. À medida que o tempo avançar, será possível enxergar sinalizações mais claras e traçar um prognóstico. Por enquanto, nada mudou.

Dinheiro gringo vindo pra cá

O diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos é o que tem sustentado o Ibovespa e animado o câmbio. O fluxo estrangeiro encontra aqui terreno fértil, já que seguimos com juros elevados enquanto, nos EUA, o corte de 0,75 ponto percentual até dezembro de 2025 é quase dado como certo. O fim do período de dinheiro fácil por lá, faz o mundo voltar os olhos para nós, país que ostenta a maior taxa de juros real, garantindo uma alta rentabilidade já descontando a inflação.

Política no pano de fundo

Na política doméstica, o barulho da semana é a proposta de anistia, articulada por Tarcísio de Freitas e pressionada pela oposição. O governador assumiu o posto de articulador e cobra do presidente da Câmara, Hugo Motta, a votação da urgência ainda nesta semana. O PL insiste em uma proposta ampla, que incluiria Bolsonaro. Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, admitiu que houve planejamento de golpe, mas classificou a condenação do STF como “exagerada”, embora devesse ser “respeitada”. No Senado, Davi Alcolumbre prepara um roteiro alternativo, que mexe apenas nas penas impostas, preservando a autoridade da Corte. 

R$ 3,2 Bi em Emendas Liberados

Já o governo Lula decidiu abrir o cofre e liberou R$ 3,2 bilhões em emendas parlamentares, dos quais R$ 2,3 bilhões em um único dia, uma das maiores marcas da história. A coincidência temporal não passou despercebida, o gesto veio junto ao julgamento de Bolsonaro no STF e à pressão crescente pela anistia dos  condenados de 8 de janeiro. Emendas fazem parte legítima do orçamento, mas sua liberação concentrada em momentos de tensão política revela a matemática congressual em sua forma mais pura. Cada bilhão liberado é um voto a mais na conta da governabilidade.

Ainda que o pano de fundo político seja relevante, no curto prazo é a dança dos juros, aqui e lá fora, que realmente dita o ritmo do mercado. E estaremos atentos para transformar esse compasso em oportunidades a medida que novas sinalizações forem acontecendo.

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