Rafa AnthonyTrader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

Trump aumenta tarifas, troca farpa com Musk, e o Brasil ainda sob pressão do IOF

Publicado em 06/06/2025 às 18:59.
 (MARCELLO CASAL JRAGÊNCIA BRASIL)
(MARCELLO CASAL JRAGÊNCIA BRASIL)

Há algo de particularmente fascinante na forma como líderes globais tratam temas sérios como se estivessem em um reality show. Quando se esperava uma trégua no noticiário, Trump cumpre o prometido e dobrou as tarifas sobre aço e alumínio, de 25% para 50%. Com sua política tarifária agressiva, reacendeu as preocupações em torno das tensões comerciais com a China.

Um dia depois, Donald Trump ligou para Xi Jinping, presidente da China, para uma conversa que durou uma hora e meia. Isso mesmo, noventa minutos.

Segundo Trump, a conversa teve uma “conclusão positiva”, embora não tenha revelado detalhes, o que, vindo de Trump, já se tornou quase um estilo diplomático próprio com muitas afirmações e poucas explicações, fazendo com que o relacionamento entre Washington e Pequim pareça seguir uma lógica própria, com doses alternadas de tensão e cordialidade.

No mesmo dia em que tentou se reaproximar dos chineses com uma longa conversa por telefone, Trump protagonizou outro episódio notório, uma troca de farpas pública com Elon Musk. O dono da Tesla foi às redes sociais criticar duramente o plano orçamentário proposto por Trump, chamando-o de “abominação repugnante”, e pediu que o Senado barrasse o texto.

Trump não deixou passar em branco. Respondeu dizendo que a melhor maneira de economizar seria cortar os subsídios às empresas de Musk, o que elevou ainda mais o tom da discussão. Em resposta, Musk insinuou ligações do presidente americano com o escândalo envolvendo Jeffrey Epstein. A troca de acusações chamou atenção, parece que a antiga parceria entre os dois pode ter chegado ao fim.

IOF, reformas e a promessa de domingo

No Brasil, a expectativa gira em torno da reunião marcada para domingo entre o governo federal e o Congresso. O tema principal é a definição de novas medidas fiscais que possam substituir a arrecadação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, preferiu manter discrição quanto ao conteúdo das propostas. Ainda assim, já indicou alguns temas que estarão na mesa: os supersalários no funcionalismo público e as desonerações fiscais que somam cerca de R$ 800 bilhões e, nas palavras do presidente Lula, “não renderam um só emprego”.

O mercado vê com bons olhos qualquer proposta que impacte efetivamente as despesas obrigatórias, o popular "corte de gastos". A credibilidade fiscal depende desse movimento concreto.

Selic: entre a esperança e a precaução

O cenário dos juros vive nova reviravolta. A curva de juros voltou a se inclinar para cima. O mercado, que até poucos dias apostava em uma pausa no ciclo de alta da Selic, agora considera possível um novo aumento. A reunião do Copom, marcada para os dias 17 e 18 de junho, voltou ao radar dos analistas, com estimativas apontando uma possível Selic a 15% ao ano

Nesse ambiente volátil, planejamentos de longo prazo precipitados podem sair caro. Para quem não tem expertise ou disposição para estudar alternativas complexas de investimento, a estratégia mais sensata segue sendo o "feijão com arroz" da renda fixa com liquidez diária, que já oferece retornos atrativos com segurança.

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