Há algo de particularmente fascinante na forma como líderes globais tratam temas sérios como se estivessem em um reality show. Quando se esperava uma trégua no noticiário, Trump cumpre o prometido e dobrou as tarifas sobre aço e alumínio, de 25% para 50%. Com sua política tarifária agressiva, reacendeu as preocupações em torno das tensões comerciais com a China.
Um dia depois, Donald Trump ligou para Xi Jinping, presidente da China, para uma conversa que durou uma hora e meia. Isso mesmo, noventa minutos.
Segundo Trump, a conversa teve uma “conclusão positiva”, embora não tenha revelado detalhes, o que, vindo de Trump, já se tornou quase um estilo diplomático próprio com muitas afirmações e poucas explicações, fazendo com que o relacionamento entre Washington e Pequim pareça seguir uma lógica própria, com doses alternadas de tensão e cordialidade.
No mesmo dia em que tentou se reaproximar dos chineses com uma longa conversa por telefone, Trump protagonizou outro episódio notório, uma troca de farpas pública com Elon Musk. O dono da Tesla foi às redes sociais criticar duramente o plano orçamentário proposto por Trump, chamando-o de “abominação repugnante”, e pediu que o Senado barrasse o texto.
Trump não deixou passar em branco. Respondeu dizendo que a melhor maneira de economizar seria cortar os subsídios às empresas de Musk, o que elevou ainda mais o tom da discussão. Em resposta, Musk insinuou ligações do presidente americano com o escândalo envolvendo Jeffrey Epstein. A troca de acusações chamou atenção, parece que a antiga parceria entre os dois pode ter chegado ao fim.
IOF, reformas e a promessa de domingo
No Brasil, a expectativa gira em torno da reunião marcada para domingo entre o governo federal e o Congresso. O tema principal é a definição de novas medidas fiscais que possam substituir a arrecadação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, preferiu manter discrição quanto ao conteúdo das propostas. Ainda assim, já indicou alguns temas que estarão na mesa: os supersalários no funcionalismo público e as desonerações fiscais que somam cerca de R$ 800 bilhões e, nas palavras do presidente Lula, “não renderam um só emprego”.
O mercado vê com bons olhos qualquer proposta que impacte efetivamente as despesas obrigatórias, o popular "corte de gastos". A credibilidade fiscal depende desse movimento concreto.
Selic: entre a esperança e a precaução
O cenário dos juros vive nova reviravolta. A curva de juros voltou a se inclinar para cima. O mercado, que até poucos dias apostava em uma pausa no ciclo de alta da Selic, agora considera possível um novo aumento. A reunião do Copom, marcada para os dias 17 e 18 de junho, voltou ao radar dos analistas, com estimativas apontando uma possível Selic a 15% ao ano
Nesse ambiente volátil, planejamentos de longo prazo precipitados podem sair caro. Para quem não tem expertise ou disposição para estudar alternativas complexas de investimento, a estratégia mais sensata segue sendo o "feijão com arroz" da renda fixa com liquidez diária, que já oferece retornos atrativos com segurança.