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Rafa AnthonyTrader de dólar há 10 anos, professor e especialista em Market Profile, uma poderosa ferramenta de análise do mercado

Trump faz promessa com o lucro do tarifaço e o Brasil espera pela ata do Copom

Publicado em 10/11/2025 às 18:34.

A semana começa com um certo alívio em Washington. Depois de semanas de impasse, democratas e republicanos finalmente encontraram uma brecha para reabrir o governo americano até o fim de janeiro. A paralisação, que custava cerca de 15 bilhões de dólares por semana, deixou parte dos servidores sem salário e o mercado às cegas, sem dados oficiais para se guiar. O acordo, ainda pendente de votação final na Câmara, garante a retomada do pagamento dos funcionários públicos e devolve ao país um pouco de normalidade, pelo menos até o próximo capítulo da novela fiscal.

Um dividendo que ainda é promessa

Enquanto os senadores faziam as pazes, Donald Trump resolveu agitar o fim de semana com uma nova ideia. O presidente anunciou que pretende distribuir um dividendo tarifário de 2 mil dólares para cada americano, bancado com o dinheiro arrecadado das tarifas sobre outros países. A proposta, feita em sua rede social, pegou até o próprio secretário do Tesouro americano de surpresa. Ele admitiu nunca ter ouvido falar do plano. O mercado reagiu com a natural desconfiança de quem escuta promessas fáceis em tempos difíceis. Parece bom, mas ainda falta combinar com a matemática.

A espera pela ata do Copom

No Brasil, o assunto continua sendo juros. A ata do Comitê de Política Monetária, que será divulgada nesta terça-feira, deve detalhar as projeções de inflação do Banco Central e ajudar a entender se o início do ciclo de cortes pode vir já em janeiro ou se será adiado para março. A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda tende a pressionar o consumo, e o BC precisa calcular o impacto dessa nova dose de estímulo fiscal. Se o efeito ainda não estiver embutido nas projeções, é provável que a autoridade monetária espere um pouco mais antes de reduzir a Selic, mesmo com pressões externas.

A força da Bolsa e o humor do câmbio

Entre um embate e outro, o Ibovespa segue com 13 altas consecutivas e recordes históricos de fechamento em dez pregões, desempenho que não se via desde o lançamento do Plano Real. O fluxo estrangeiro continua forte, atraído por uma combinação de juro alto e estabilidade cambial, e tem sustentado o apetite por risco. Na sexta-feira, o índice encerrou aos 154 mil pontos, embalado por Petrobras e pelos grandes bancos.

O câmbio acompanhou o bom humor e manteve a trajetória de queda, com o dólar abaixo de R$ 5,35. Parte desse movimento se explica pelo diferencial de juros. Enquanto o Fed ainda decide quando cortar, a Selic continua rendendo um dos carregos mais generosos do planeta. Para o investidor global, o Brasil segue parecendo um porto lucrativo, desde que a maré externa permaneça calma.

Entre paralisações, discursos e balanços, a sensação é de que o mundo político se move mais por improviso do que por convicção. O governo americano reabre, mas sem garantir que não volte a fechar. O brasileiro cobra juros menores, mas continua gastando mais. E o investidor, fiel ao seu papel, segue apostando que tudo dará certo, pelo menos no curto prazo.

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