Rubens de Avelar Freitas*
No mundo da gastronomia existem duas figuras se destacam: o chef de cozinha e o cozinheiro. Alguns acreditam que estas funções são sinônimas, ledo engano. Na realidade há uma linha tênue, mas muito importante que distingue estas duas funções.
O chef de cozinha geralmente constrói sua trajetória com base em estudos formais. Ele passa por escolas de gastronomia, cursos especializados em cozinha, buscando sempre certificações que sejam reconhecidas no mercado. Por outro lado, o cozinheiro, em muitas das vezes, adquiriu suas habilidades com o tempo, prática intensa do dia a dia e foi aprimorando sua técnica de forma gradativa ao longo do tempo, o que não torna sua jornada menos valiosa.
No calor da cozinha profissional, o chef é quem assume o comando. Liderando a equipe, definindo os menus, cuidando da gestão dos estoques e da organização geral. Sua missão é orquestrar os elementos fazendo com que o serviço aconteça com precisão. É ele também quem se arrisca com novas criações, combinando ingredientes inesperados e trazendo inovação para a mesa.
Tanto o chef quanto o cozinheiro trabalham sob muita pressão, porém o chef carrega o peso das decisões tomadas e da consistência do serviço, enquanto o cozinheiro lida com a urgência dos pedidos, o calor das panelas e a necessidade de entregar o prato com qualidade e sem margem para erros.
No final, não se trata de quem brilha mais, e sim de como essas funções se completam. O chef e cozinheiro são engrenagens que movimentam a mesma máquina. Um idealiza e o outro realiza. Um elabora o cardápio, o outro o serve ao mundo.
E nessa dança entre a liderança e a execução é que nasce a verdadeira arte da cozinha. Porque mais importante que o título é o respeito por quem transforma ingredientes em emoção.
*Gastrólogo, professor especialista em gastronomia e estudos da culinária