Aos poucos o xadrez eleitoral em Minas começa a ficar claro. Mas ainda bem incipiente, na dependência principalmente de dois fatos a serem definidos em Brasília.
O primeiro em relação ao senador Rodrigo Pacheco. Com impacto direto, pois caso seja indicado por Lula para o STF, o que fará o campo da esquerda em Minas? Se não for indicado, aceitará o desafio da disputa ao governo? Ou nova candidatura ao Senado?
O outro fato é a definição do campo da direita em relação à sucessão presidencial. Se Tarcísio de Freitas for o candidato, tende a unir os partidos do campo da direita em torno de seu nome. Se definir pela reeleição ao governo de SP, poderá ocorrer pulverização de nomes à disputa presidencial. Indubitavelmente com reflexos nas definições dos nomes e coligações ao governo de Minas.
Até as palmeiras da Praça da Liberdade sabem que os candidatos a deputado estarão preocupados em primeiro, em segundo e em terceiro lugar com suas próprias eleições. Apoiarão os candidatos ao governo se lhes for conveniente em termos eleitorais! Pragmatismo total. Prática das eleições passadas e que seguramente repetirá. Fidelidade partidária foi para as calendas gregas!
E outro ponto que embasa a falta de unidade é a heterogeneidade das concepções programáticas internamente entre parlamentares e dirigentes de cada partido. Dois exemplos recentes ilustram o dito acima. A filiação do vice-governador e direitista Mateus Simões ao PSD, partido que tem como um de seus principais quadros o ministro do governo Lula Alexandre Silveira e alguns parlamentares e prefeitos ligados ao senador Rodrigo Pacheco. Mesmo que alguns saiam, muitos ficarão, e por suposto não apoiarão Mateus Simões.
O outro exemplo é o recém anúncio do MDB em lançar Gabriel Azevedo como pré-candidato ao governo. Diga-se de passagem, visto por muitos apenas como um gesto do partido para se valorizar no jogo nacional de composições, e longe de ser algo definitivo e com enormes chances de recuo pelas direções nacional e estadual do partido.
Portanto, da maior relevância e indispensável dispor que o número de parlamentares e prefeitos de um partido está longe de ser decisivo para o êxito eleitoral. Eleição majoritária é algo que desperta o interesse direto dos cidadãos, longe da tutela seja de deputados e prefeitos. O grande desafio dos candidatos é estabelecer uma conexão direta e emocional com o eleitor.
E para isso são premissas básicas planejamento, estrutura adequada, grupo político coeso, sagacidade, capacidade de agregar, ponderação, respeito aos adversários e humildade.
Dos dois pontos citados no início desta coluna, o primeiro deve ter um desfecho em breve, talvez nos próximos 15 dias saberemos a decisão do presidente Lula quanto à vaga para o STF e a consequente decisão do futuro político do senador Rodrigo Pacheco.
Quanto à decisão de Tarcísio de Freitas e do campo da direita em relação à sucessão presidencial, tudo indica que apenas em 2026 terá fumaça branca.