Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

A refletir: Se não fossem as más notícias, não teríamos notícia nenhuma?

Publicado em 02/04/2022 às 06:30.

Este é um retrato da vida atual ou um deleite da mídia em apenas noticiar, propagar e repercutir quase que exclusivamente notícias ruins? Lembremos do dito acerca das notícias: “Se tem sangue, vende”.

Partindo desta assertiva, intrigante o ser humano. Não bastam as dificuldades ao seu redor - que muitas vezes são grandes, desafiadoras, tristes e complexas -, ele ainda consome parte do seu tempo com trágicas notícias nas mais diversas formas de mídias. Estas chegam recheadas de chocantes imagens e relatos, podendo ser na comunidade em que vivemos, no mesmo país ou do outro lado do mundo.

No período pré-pandêmico predominavam “apenas” fatos relacionados a trágicos crimes diversos, acidentes com sérias consequências, corrupção, a fome no Brasil e no mundo, agressões familiares, abusos. Nos últimos dois anos novos temas somaram aos já citados e dominaram o noticiário e as redes sociais: pandemia da Covid e recentemente a guerra na Ucrânia.

Fomos massacrados pelas tristes notícias da pandemia. Quase 24 horas por dia com matérias sobre o mistério do vírus, dos contaminados, mortes, hospitais lotados, famílias destruídas. Concomitante ruas vazias, escolas e comércio fechados, aumento do desemprego, da fome, do desespero, do crescente uso de ansiolíticos, da depressão, sonhos interrompidos, projetos desfeitos, insegurança quanto ao futuro.

Fomos bombardeados de maneira constante, aumentando nossa tristeza e angústia interior. Em um passado bem recente veio a invasão da Rússia na Ucrânia. Mortes, sofrimento, famílias separadas, cidades destruídas, milhares de refugiados forçados a abandonar sua pátria rumo ao desconhecido. Como consequência mais crise econômica mundial, aumento da fome, dos preços em geral, insegurança global e riscos iminentes de a guerra se alastrar mundo afora. Mais um bombardeio de notícias tristes e deveras preocupantes.

Sobre o tema das notícias ruins, o escritor norte americano Robert J. Tamasy citou em um artigo o consultor em liderança Tim Kight. Ele disse: “Se você se deixar levar pelo que é negativo, simplesmente estará alimentando sua frustração ou o seu medo, o que leva à tomada de más decisões, que causam mais ansiedade, raiva ou medo. É um ‘laço da perdição’. Aperte o botão de pausa e interrompa esse círculo. Redirecione o seu foco e mude do negativo para o produtivo”.

Por fim, Tamasy recorre a indispensáveis ensinamentos bíblicos para nos confortar, auxiliar e direcionar nesta travessia do deserto que todos vivemos:

“Desenvolva uma mentalidade sadia.  Nós podemos permitir que nossa mente seja consumida pelo fluxo contínuo de informações e notícias ruins ou podemos tomar a decisão consciente de concentrar o foco em coisas mais positivas e produtivas. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.  (Romanos 12:2).  

Concentre-se em coisas positivas e inspiradoras.  “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.” (Filipenses 4:8).

"Recuse-se a abrigar ideias más ou negativas.  Nós vivemos na era da informação, e grande parte da informação que vemos ou ouvimos pode ser destrutiva, e não proveitosa e inspiradora. Podemos escolher deixar de lado pensamentos e ideias improdutivos. “...ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom. Afastem-se de toda a forma de mal. (I Tessalonicenses 5:21-22)”.

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