Na correria de todos do dia a dia, na maior parte das vezes aqueles que atuam profissionalmente passam mais tempo dedicados a estas atividades do que em seu ambiente residencial e familiar.
Este fato impõe a necessidade de trabalharmos com o que gostamos, que o ambiente seja saudável e a relação com os colegas harmônicas, em prol da nossa saúde mental.
Merece atenção um relatório global da Gallup de 2024, atestando que um em cada cinco funcionários no mundo se sente sozinho no trabalho.
Outro estudo também da Gallup, publicado pela Forbes, indica que profissionais que têm amizades no ambiente profissional são até sete vezes mais engajados. “As conexões humanas são chave para a nossa felicidade, mas também para o sucesso dos negócios”, diz Renata Rivetti, CEO da Reconnect Happiness at Work”.
Alguns transtornos profissionais são deveras preocupantes. “Estamos vivendo uma epidemia de burnout e transtornos mentais no ambiente de trabalho, que tem consequências para a saúde e para as carreiras de profissionais – especialmente das mulheres – e custa caro às empresas. Em 2024, o Brasil teve o maior número de afastamentos por transtornos mentais em 10 anos. Foram 472 mil licenças concedidas, um aumento de aproximadamente 67% em relação ao ano anterior, segundo dados do Ministério de Previdência Social”.
Ademais da saúde física ou mental, a saúde social está relacionada à qualidade das nossas conexões e interações com as pessoas. “A saúde social afeta o ambiente de trabalho e é fundamental para a produtividade, inovação e retenção de talentos”, explica Renata Rivetti. “A conexão entre colegas não é um bônus, mas um fator importante para o sucesso organizacional.”
Importante frisar que apenas o trabalho presencial não é suficiente. “O modelo presencial não garante a conexão. É preciso intenção para mudar o cenário de distanciamento.”
A especialista cita dicas práticas para fortalecer as conexões no ambiente profissional. “Pequenos momentos de interação diária, como pausas para o café, almoços em grupo ou check-ins semanais, fortalecem laços. Gestos simples, como perguntar sobre o dia de um colega ou reconhecer contribuições, podem fazer uma grande diferença. Reconhecer e valorizar publicamente o trabalho dos colegas impulsiona a motivação. Pequenos gestos, como um e-mail de agradecimento ou um elogio sincero, fortalecem os laços e contribuem para um ambiente mais positivo”.
Dentro desta temática, as diferenças geracionais devem também dedicar atenção no ambiente de trabalho em prol da harmonia e produtividade, fortalecendo sinergias, intercâmbio de experiências e conhecimentos.
Rivetti destaca estratégias para promover a conexão em escritórios e equipes multigeracionais:
- Reverse Mentoring: colaboradores mais novos podem ensinar tecnologias e tendências aos mais experientes, enquanto estes podem ajudar no desenvolvimento de competências e carreira.
- Criação de grupos de afinidade e programas de integração pode ajudar a eliminar barreiras entre faixas etárias.
- Cultura de aprendizado com treinamentos conjuntos para que todos se mantenham atualizados.
Por fim, fundamental sensibilidade, compreensão e implementação de ações e programas pela direção da empresa no sentido de priorizar a saúde mental de toda a equipe, o que sem dúvida refletirá no maior engajamento de todos e na produtividade da mesma.