As consequências negativas da Covid são generalizadas mundo afora. Por suposto, os países mais desenvolvidos, com seus índices sociais e econômicos melhores, maior segurança jurídica, mais confiança interpessoal e nas instituições, somados a uma democracia mais consolidada, terão a travessia do deserto menos dolorosa e mais rápida.
Dos países em desenvolvimento e com menores IDH, os desafios são mais complexos e desafiadores, em especial nas suas grandes metrópoles.
Nestas, seguramente, já tínhamos décadas de problemas acumulados que se potencializaram no período pandêmico. Apenas alguns exemplos, a saber: o aumento do desemprego, da pobreza, da fome, dos sem teto, somados à caótica realidade da mobilidade urbana, à burocracia pública e o excessivo e conflituoso campo normativo que dificultam o ambiente de negócios e a geração de empregos.
Posto isso, as grandes cidades vêm sendo palco de intensos conflitos sociais, comprometendo sobremaneira aspectos como segurança pública, harmonia na convivência no espaço urbano, o protagonismo dos cidadãos e, por fim, a qualidade de vida de todos.
Esta uma realidade explícita da capital mineira. Com uma certa normalidade restabelecida com o início do período pós-pandêmico, urge os setores públicos, privados e a sociedade civil organizada alinharem em conjunto, planejarem, executarem e monitorarem ações efetivas para um sustentável desenvolvimento econômico e social da nossa BH.
Não há margem para improvisos e falta de pró-atividade. O recém-empossado prefeito Fuad Noman tem legitimidade, bom senso, conhecimento e capacidade para liderar ações junto a agentes políticos e áreas técnicas dos governos federal, estadual e municipais do entorno, assim como com importantes entidades da sociedade civil, como CDL, Fiemg e todo o Sistema S, ONGs, dentre outras, com vistas a uma doravante pujança ímpar e singular na capital mineira.
Um ponto fulcral a avançar. Estudos e análises do Sebrae, do CDL e da Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Fiemg atestam a importância do setor de serviços para a capital mineira. Dados de 2017: cerca de 86% dos empregos do município estão concentrados no setor de Serviços. Os 14% restantes estão na Indústria. Segundo o PIB de 2018, cerca de 70% se concentra no setor de serviços, sendo que quase 17% apenas no comércio.
Uma vocação explícita que precisa ser potencializada, imperativo modernizar o marco regulatório, desburocratizando, aumentando a segurança jurídica junto aos empreendedores e atraindo fortes investimentos nacionais e internacionais, assim como o importante setor do turismo de negócios e eventos.
A melhor, mais eficiente e sustentável política social é gerar empregos. A estes, cabe a iniciativa privada. Ao Poder Público, a importante atribuição de articular, potencializar e regular, mas sem burocratizar e nem sufocar o empreendedor.
Para termos um desenvolvimento sustentado, imperativo garantirmos um setor de serviços bem estruturado, dinâmico, moderno e desburocratizado. Dados de 2019 apontam 54.493 famílias beneficiárias do Bolsa-Família, renomeado Auxílio Brasil. Indispensável, juntamente com os desempregados, capacitarmos estes públicos alvos e inseri-los no mercado de trabalho, para fomentarmos um círculo virtuoso na economia de BH, o que indubitavelmente proporcionará melhora na qualidade de vida de todos.
Os temas dispostos nesta coluna não são simples e nem com todos os resultados em um curto prazo. Não obstante isso, com vontade política, pró-atividade e sinergia entre representativos atores envolvidos, é possível galgarmos para uma BH cada vez melhor de se viver.