A menos de um ano das eleições de 2026 (serão em 4 de outubro), muitas indefinições pairam tanto quanto à eleição presidencial quanto para o governo de MG, seja no campo da esquerda como no da direita.
Uma diferença básica deve ser destacada. Política é paixão. Em uma eleição, a emoção se sobrepõe à razão. E um candidato deve empolgar e mobilizar o eleitorado impulsionado pelo seu carisma.
Assim sendo, em relação à eleição presidencial o campo da esquerda está bem posicionado com a candidatura à reeleição do Presidente Lula, com seu carisma evidenciado e os ventos recentes favoráveis. Sem contar com a força incomensurável da máquina governamental.
Já no campo da direita, o também forte carisma do inelegível Bolsonaro, que em breve poderá estar preso, deixa um segmento ideológico órfão e até o momento perdido, sem estratégia e unicidade. Quanto mais tempo Bolsonaro demora em definir o nome que encarnará a direita, mais Lula navega em mares calmos e pavimenta sua reeleição.
E nesse caso, apenas o governador de SP Tarcísio tem a capacidade atual de unir o campo e levar eleitores apaixonados da direita às ruas em defesa de seu nome. Os demais nomes colocados são líderes com forças regionais e distantes de mobilizar massas país afora.
Quanto às eleições ao governo de Minas, o quadro é ainda mais claro no sentido de ausência até o momento de qualquer nome que assumiu a candidatura, seja da esquerda ou direita, que detenha carisma mobilizadora de paixões pelo seu nome.
Intrigante vermos Minas nessa situação. Vários fatores podem nos ajudar a compreender este fato. Um deles, creio, é que na política atual ganham destaque os nomes midiáticos das redes sociais, em que as curtidas e muitas postagens deturpadas e com fake news têm mais importância que a boa política, a capacidade de diálogo, de buscar convergências programáticas em prol do interesse público e do bem comum.
Recordemos nossa Minas e alguns de seus políticos com seus importantes legados, como exemplo Afonso Penna, JK, Milton Campos, Rondon Pacheco, Tancredo, Itamar e Anastasia.
E por fim para aqueles que realmente postularem o governo do nosso Estado, que se inspirem nestes e em outros que atuaram e exerceram seus mandatos de forma digna e com a nobreza que deve ser a boa política, em que o interesse público esteja acima de postagens, curtidas e medidas populistas.