Magníficos e oportunos os ensinamentos de Chris Simpson, Presidente do CBMC Internacional sobre o perfil do líder moderno. Independente se em corporações públicas ou privadas, o exemplo dos seus dirigentes traduzem em resultados e edificam os que lá laboram.
Liderança visionária é uma expressão que tem sido muito usada atualmente. Em um mundo globalizado e acelerado, espera-se que os líderes antecipem o futuro, sejam ousados ao apontar direções, e moldem organizações que prosperem em um mercado de trabalho de rápidas mudanças. Richard Stearns, antigo CEO da World Vision, disse certa vez: “Um líder deve definir a realidade corrente, articular um futuro desejado, identificar o caminho para seguir em frente e pessoalmente “possuir” a visão.” E ele está certo. Sem visão, a liderança se torna reativa e não proativa. Os grandes líderes vêm não apenas o que é, mas também o que poderia ser.
Mas, ainda assim, isso apresenta um perigo oculto. Líderes preocupados em demasia com o futuro podem facilmente deixar de enxergar as pessoas que estão bem diante dos seus olhos. Existe um paradoxo no âmago da liderança: para realmente moldar o futuro, o líder deve estar integralmente presente agora.
O apóstolo Paulo nos lembra em Romanos 12:15: “Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram.” Esse não é um mandamento para aqueles que dispõem de agendas flexíveis ou tempo livre abundante – é um traço essencial para a liderança cristã. Se os líderes estiverem absorvidos em demasia por estratégias, concentrados demais em resultados de longo prazo, deixarão de notar as alegrias e tristezas daqueles que foram chamados para servir. E quando as pessoas se sentem invisíveis, deixam de estar engajadas. Elas não seguirão um líder que aparenta estar distante, mesmo que esse líder tenha uma visão atraente para o futuro.
E o amor, em sua essência, requer presença. Se mostrar presente. Líderes que exercem uma liderança real fazem mais do que articular a missão – eles caminham juntamente com o seu pessoal. Eles ouvem, antes de falar. Eles notam a exaustão na voz de um funcionário. Eles reconhecem as vitórias silenciosas dignas de celebração. Eles veem as pessoas e não apenas a produtividade.
Jesus Cristo incorporou isso. Como o maior líder visionário, Ele não chegou simplesmente com uma grande visão de redenção – Ele caminhou entre as pessoas. Ele tocou leprosos. Ele comeu com pecadores. Ele chorou diante do túmulo de Lázaro. Ele não anunciou meramente a salvação – Ele viveu entre aqueles que veio salvar.
Aqui está a ironia: um líder obcecado pelo futuro pode jamais chegar lá. Pessoas não seguem somente a visão. Elas seguem aqueles que as conhecem, que as amam, que caminham com elas. Os grandes líderes não são apenas visionários – eles são pastores.
Liderar bem é amar bem. E amar bem é estar integralmente presente. Liderança não trata apenas de levar as pessoas até algum lugar; trata-se de estar com elas no caminho. E ao fazermos isso, refletimos Cristo, o maior servo-líder, que não permaneceu distante, mas entrou em nosso mundo, andou por nossas ruas e nos chamou para algo maior. Se queremos liderar como Ele, devemos aprender a fazer o mesmo”.