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Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

Os 60+ e os novos tempos da sexalescência

Publicado em 30/05/2025 às 06:00.

Ainda pouco conhecido no Brasil, o termo sexalescência foi cunhado pelo equatoriano Manuel Posso Zumárraga, especialista em políticas públicas e de seguridade social, e vem ganhando cada vez mais popularidade em alguns países da América Latina e na Europa, especificamente na Espanha. 

O nome 'sexalescência' tem inspiração na adolescência, aquela fase em que as pessoas descobrem novas facetas de si mesmas e começam a questionar tudo ao seu redor. 'Sexalescência' implica algo semelhante, mas aos 60 ou 70 anos de idade. É uma redescoberta da vida, das paixões e do que realmente o faz sentir-se realizado.

Refere a homens e mulheres que, apesar de terem atingido ou ultrapassado a barreira dos 60 anos, se consideram longe dos rótulos típicos da "terceira idade", o que sem dúvida é uma realidade que muitas pessoas estão vivenciando nesta fase de suas vidas.

É uma onda que vem com força e é relevante se levarmos em conta que, segundo dados da ONU, entre 2019 e 2030, o número de pessoas com mais de 60 anos deve aumentar em 38%, superando os jovens em todo o mundo. 

Envelhecimento não é sinônimo de doença nem está associado a um tempo de sofrimento, doenças ou sofrimento. Em vez disso, é uma fase da vida em que a pessoa pode viver de acordo com sua força e atitude em relação à vida.

 Longe de estar associada à imagem tradicional da velhice, da falta de atividade ou da sensação de cansaço constante, a sexalescência refere-se a uma nova forma de viver, desfrutar e, sobretudo, desafiar as expectativas que historicamente cercam os cidadãos dessa faixa etária. 

Eles não são apenas fluentes em novas tecnologias e ativos nas redes sociais, mas também estão determinados a viver plenamente, viajar, conhecer novas pessoas e serem os verdadeiros donos de seu destino. 

Em meio a uma sociedade que muitas vezes deixa os idosos de lado, a sexalescência é uma resposta a essa visão. Essas pessoas se recusam a se ver como "idosas", muito menos como alguém cujo principal interesse é a aposentadoria ou uma vida sedentária. Em vez disso, eles se concentram em levar uma vida ativa, cheia de projetos e baseada na vivência de novas experiências.

Não é por acaso que muitos dos que se identificam como sexalecenses levaram uma vida profissional ativa e satisfatória, e agora, com aposentadoria ou tempo livre, se dedicam a explorar aqueles aspectos que durante anos ficaram em segundo plano. 

O interessante sobre a 'sexalescência' é que ela redefine a velhice como é conhecida hoje. Os sexalescentes não se contentam com a imagem do avô sentado em uma poltrona vendo os dias passarem, muito pelo contrário. Essas pessoas querem continuar aprendendo, viajando e se divertindo. E o melhor de tudo: eles querem ser parte ativa da sociedade, conectar-se com o mundo e se divertir de forma autônoma, sem depender de ninguém.

Para reconhecer um sexalescente, algumas características são evidentes:

Eles estão sempre ativos na sociedade; eles têm e se sentem muito motivados; novos desafios são colocados na vida, como aprender um novo idioma, estudar; nunca se isolam em um quarto, estão sempre presentes em sua família; querem manter todos os seus conhecimentos atualizados; têm muitos projetos de vida; têm um grande interesse em novas tecnologias e aprendem não apenas como usá-las, mas como se beneficiar delas; cuidam de sua saúde, tentam manter uma vida física e mental saudável; manifestam grande prazer em se sentirem produtivos, trabalham, às vezes procuram se desenvolver naquelas áreas com as quais sempre sonharam.

 Por fim, eles querem ensinar às gerações atuais que você nunca deve ter medo da velhice, que você deve sempre manter um espírito jovem com grande coragem para alcançar todos os seus objetivos. Eles estão introduzindo uma nova maneira de ver a vida quando você chega aos 60 anos.

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