Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

Provérbios 19:20: “Ouça conselhos e aceite instruções e acabará sendo sábio.”

Publicado em 22/08/2025 às 06:05.

A vida em comunidade e a complexidade do momento com seus problemas e conflitos diários, intensos e nem sempre simples, exigem muito de todos nós. Sim, somos de carne e osso, não temos super poderes, e com frequência é saudável estarmos abertos a conselhos, não apenas daqueles que queremos ouvir, mas que nos façam repensar nossas “verdades” e ajudem na tomada de decisões! Ricos os ensinamentos do artigo do jornalista e escritor norte-americano Robert J. Tamasy, disposto a seguir.

“Conselhos são como medicamentos: geralmente só funcionam quando tomados da maneira indicada. No atual mundo empresarial e profissional de tanta complexidade é impossível entender todos os inúmeros fatores que afetam as decisões importantes. É sábio, por isso, buscar o conselho de indivíduos que possam oferecer um entendimento valioso.

Muitas pessoas, entretanto, estão inclinadas a buscar o conselho somente daquelas pessoas que irão concordar e apoiar aquilo que elas já têm a intenção de fazer. Isso pode ser problemático, até mesmo desastroso. Provérbios 12:15 descreve de modo conciso as pessoas que estão abertas a conselhos sadios, bem como aquelas que não estão: “O caminho do insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve os conselhos.”

Outro versículo de Provérbios cita a sabedoria de receber e agir de acordo com bons conselhos, quando estes são apresentados. “Ouça conselhos e aceite instruções e acabará sendo sábio.” (Provérbios 19:20).

No Antigo Testamento da Bíblia, vemos Moisés se esforçando por prover uma liderança adequada aos muitos milhares de israelitas libertos do cativeiro no Egito.

Como em qualquer tipo de sociedade, aquelas pessoas estavam se enredando em todo o tipo de discordância e disputas. Moisés se sentia responsável por resolver aqueles conflitos. Todos os dias ele assentava-se para “julgar as questões do povo, e este permaneceu em pé diante dele, desde a manhã até o cair da tarde.” (Êxodo 18:13).

Você pode imaginar a pressão que estava sobre Moisés que tentava julgar centenas de assuntos desde a manhã até quando já era tarde?

O sábio sogro de Moisés, Jetro, reconheceu o problema. “Quando seu sogro viu tudo o que ele estava fazendo pelo povo, disse: ‘Que é que você está fazendo? Por que só você se assenta para julgar, e todo este povo o espera em pé, desde a manhã até o cair da tarde? ‘... ’O que você está fazendo não é bom. Você e o seu povo ficarão esgotados, pois essa tarefa lhe é pesada demais. Você não pode executá-la sozinho. ’” (Êxodo 18:14-18).

Jetro sugeriu delegar a maior parte daquela responsabilidade a “... homens capazes, tementes a Deus, digno de confiança e inimigos de ganhos desonestos... Eles estarão sempre à disposição do povo para julgar as questões. Trarão a você apenas as questões difíceis; as mais simples decidirão sozinhos.” (Êxodo 18:21-22). Moisés deu ouvidos ao conselho cheio de discernimento de seu sogro, poupando muitas dores de cabeça para todos.

Compare essa atitude com a de Roboão, que sucedeu seu pai, Salomão, como rei de Israel. Provérbios 11:14 diz: “Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros.” Contudo, o jovem rei não era capaz de discernir entre um conselho sábio e um conselho tolo. Roboão primeiramente consultou os anciãos de Israel que tinham servido a Salomão. O povo lhe havia pedido: “Teu pai colocou sobre nós um jugo pesado, mas agora diminui o trabalho árduo e este jugo pesado...” e os anciãos insistiram para que ele concordasse. “... se hoje fores um servo deste povo e servi-lo... eles sempre serão teus servos" (I Reis 12:4-7).

O orgulho, porém, fez com que Roboão rejeitasse esse conselho e fosse consultar os jovens que tinham crescido com ele. Estes aconselharam: “... dize [A ESTE POVO]: Meu pai lhes impôs um jugo pesado; eu o tornarei ainda mais pesado...” (I Reis 10-11).

Roboão seguiu este conselho e o resultado foi uma grande divisão. Todos, menos a pequena tribo de Judá, o rejeitaram e escolheram outro rei. Em consequência disso, o reinado de Roboão estava condenado desde o início”.

Rica, necessária e indispensável reflexão!

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