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Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

Salim Mattar: o pianista liberal

Publicado em 28/05/2021 às 14:41.Atualizado em 05/12/2021 às 05:02.

Pianista não chegou a ser. Até que quis quando criança, mas seu pai usando de sua autoridade o fez trilhar outros rumos profissionais. Talvez o Brasil nem tenho perdido um mediano talento musical, mas ganhou um paradigma de empresário bem sucedido e um obstinado liberal defensor de um país mais justo e menos desigual.

Seu pujante e arrojado histórico de empresário e empreendedor pode ser resumido em itens pontuais, a saber:  criou a empresa locadoras de veículos Localiza em 1973, com a frota de seis fuscas usados; em 1979 a empresa iniciou seu plano de expansão com a compra de uma locadora no Espírito Santo; em 1981 já era líder nacional, presente em 11 capitais; em 1984, iniciou o processo de abertura de franquias, ampliando sua presença no mercado; em 2005, a empresa deu outro passo arrojado com abertura de seu capital na Bolsa de São Paulo; em 2016 concluiu o processo de compra da  subsidiária brasileira da americana Hertz por R$ 337 milhões, ampliando sobremaneira sua rede de atendimento; em 2018 estava presente em 360 cidades brasileiras com 248 mil carros na frota, e em 2020 a Localiza foi avaliada em quase R$ 40 bilhões.

Seu ciclo na Localiza como empresário de sucesso encerrou em dezembro de 2018, quando em reunião do Conselho de Administração da empresa apresentou carta de renúncia da presidência. O Zé, como era chamado pelo seu pai na infância, tomou a decisão de afastamento não para dedicar-se aos estudos de piano, sonho que tinha quando criança, mas para o nobre labor da atividade pública. 

Sua meta, foco e disposição seria aplicar seus vastos conhecimentos liberais na redução do pesado, lento e corporativo aparato estatal. Conhecimentos estes iniciados na exuberância dos seus 16 anos com a leitura de “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, seguido de estudos do economista austríaco Friedrich Hayek. Neste diapasão, na atualidade Salim é um dos maiores entusiastas e conhecedores da temática no país, não apenas como um simples estudioso teórico, mas com uma visão globalizada e com um discurso afinado e factível. Em suas entrevistas e palestras apresenta de forma firme e objetiva as ineficiências do gigantismo estatal, com dados, estudos e análises sobre a importância da redução do estado para o desenvolvimento sustentável brasileiro e a consequente melhoria da qualidade de vida da população.

Quanto à atuação pública, já a tinha adiado em pelo menos duas ocasiões, em 2016 e 2018, quando foi instado a candidatar a prefeito de BH e a governador de Minas, respectivamente. O desafio em 2019 não seria uma disputa a um mandato eletivo, mas atuar na esfera federal como Secretario de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia a convite do Ministro Paulo Guedes, com quem já tinha relações desde 1990 e inclusive chegou a integrar o Conselho de Administração da Localiza a seu convite.
Contudo, o desfavorável ambiente institucional da capital federal, o enraizamento de uma forte cultura estatal corporativa e paternalista, aliado a contraditória ou até falta de vontade política em avançar de forma efetiva no processo de privatizações, fez com que Salim Mattar afastasse da secretaria em agosto de 2020.

Destarte, desde abril deste ano ele vem atuando como consultor para projetos estratégicos na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, e por suposto, com a missão de contribuir para o processo de redução do estado.

Entretanto, assim como o próprio Salim disse em diversas entrevistas a firme e direta fala do seu pai quando ele manifestou sua intenção aos sete anos de aprender a tocar piano: “Ninguém nessa casa vai estudar piano. E você, Zé, vai usar a cabeça, vai estudar, vai abrir um comércio para você, vai ganhar dinheiro, comprar uma casa e vai comprar a maior radiola que tiver e todos os discos de todos os pianistas que existirem”, cidadãos espalhados pelos rincões do estado estão o incitando com a mesma firmeza a disputar um mandato eletivo em Minas em 2022.

Seu perfil, por suposto, sinaliza um cargo majoritário. No xadrez eleitoral mineiro, dentre outros, três atores de caráter e posturas éticas inquestionáveis, com pensamentos convergentes e sinérgicos quanto à concepção estatal e a res publica, a saber: o atual governador Romeu Zema, seu vice Paulo Brant e o próprio Salim Mattar. O primeiro de forma legítima, pertinente e atento aos anseios dos mineiros, já manifestou candidatura à reeleição. 

Caberá aos outros dois efetivas articulações e céleres definições partidárias para se posicionarem no tabuleiro, lembrando que além da vaga de vice governador, teremos em disputa no campo majoritário estadual apenas uma vaga ao senado, com o findar do mandato do Senador Anastasia.

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