Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

Sim, eles um dia nos deixarão

Publicado em 26/02/2021 às 17:18.Atualizado em 05/12/2021 às 04:16.

Avós, pais, tios. Sim, no transcorrer normal da vida eles partirão. E nos deixarão de forma indelével momentos, lembranças, fotos, vídeos, palavras, ensinamentos, sorrisos, lágrimas, ou seja, o suficiente para deixar um enorme vazio em nossas vidas.

São muitos os efeitos negativos do Covid, com severos impactos nas nossas relações pessoais e profissionais, em especial a perda de entes queridos e de termos sido ceifados de forma abrupta e inesperada de encontros, antes constantes, com pessoas queridas, em especial amigos e familiares. Mais que encontros, mas demonstrações de carinho, consideração e afeto, como beijos, abraços ou uma simples palavra amiga. Quantas festas, aniversários, celebrações, almoços de domingo, ou simples encontros casuais não puderam ocorrer. Era nestes ricos momentos que dávamos uma pausa na nossa turbulenta rotina do dia a dia. E por suposto hoje damos mais valor a estes eventos, que em alguma ocasião os ignoramos ou não demos o devido valor.

E uma reflexão que assusta, pois está sendo um tempo perdido em que não podemos estar com aqueles que, pela ordem natural dos fatos, talvez não estejam muito mais tempo ao nosso lado.

Assim como eu, talvez você também tenha perdido entes queridos em um passado recente, não necessariamente em decorrência da pandemia. E fica um aperto no coração e uma saudade tremenda daqueles que foram tão importantes na nossa vida, desde nossa infância, até nos deixarem. Pessoas que imaginávamos que estariam sempre ao nosso redor, mas que partiram. 

Nos últimos quase três anos, perdi três pessoas que guardo os mais doces e gostosos momentos. Tios que desde que me entendo por gente, estiveram presentes em inúmeras ocasiões, contribuindo para momentos felizes e inesquecíveis. Minha absoluta saudade aos queridos tio Chico, tia Vera (minha madrinha) e tia Cicida. Gratidão a Deus por tê-los tido em minha vida.

Em breve, em um futuro próximo, assim esperamos, nossa vida estará em uma nova etapa, a pós-pandemia. Destarte, poderemos reencontrar com mais tranquilidade e frequência nossos familiares e amigos. Poderemos abraçá-los e demonstrarmos nosso carinho e afeto por eles, ouvindo seus sonhos, projetos, alegrias e preocupações. Indubitavelmente serão momentos felizes e de alívio. Marcaremos almoços, jantares, uma visita, um café, festas, comemorações, viagens. 

Em todos estes esperados momentos, não estarão presentes entes queridos que cada um de vocês perdeu, assim como não estarão tio Chico, tia Vera, tia Cicida, tio Odilon, tio Lauro, tio Durval e tantos outros que se foram em um passado recente ou não tão recente assim, pois a saudade deixa um rastro eterno em nossas vidas. Sim, será inevitável um aperto no coração e um transbordar de recordações e lembranças, recordando da bela canção na voz de Nelson Gonçalves, em que “Naquela mesa ele (ela) sentava sempre, e me dizia sempre o que é viver melhor. Naquela mesa ele (ela) contava histórias... naquela mesa tá faltando ele (ela), e a saudade dele (dela) tá doendo em mim”. 
Por fim, alegremo-nos em Deus, pois permanecem conosco pessoas mais que especiais, sejam avós, pais, tios, demais familiares e amigos, ademais as bênçãos que nascerão para alegrar nosso ambiente e confirmar a obviedade que a vida continua, gerações pós gerações. 
Valorizemos cada momento e cada pessoa que esteja em nosso redor. Sejamos plenos nos carinhos, nos afetos, nas palavras amigas e no tempo dedicado ao próximo.

E que nunca nos esqueçamos, que “Sim, eles um dia nos deixarão”.

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