Após o recesso parlamentar de julho, as articulações e conversas acerca das eleições de 2026 ganharão força, nestas que serão deveras aguerridas e com doses extras de emoção.
Em âmbito presidencial há mínimas chances, para não dizer nulas, de uma terceira via lograr êxito. O forte ambiente polarizado imporá uma disputa entre esquerda e direita, com os principais partidos políticos já se posicionando no tabuleiro eleitoral. Cada um com suas forças e fragilidades em campo para convencer o eleitor que é a melhor opção para comandar os destinos da nação.
Pela esquerda, probabilidade maior de Lula tentar a reeleição, até pela falta de outro nome competitivo. Não obstante graves problemas quanto a sua popularidade e baixa avaliação positiva do governo detectado por pesquisas, sua liderança não pode ser subestimada, tanto por ter a máquina a seu favor quanto à sua consolidada liderança junto à esquerda brasileira.
No campo da direita pairam indefinições, fruto de Bolsonaro (inelegível) ter colocado o processo de escolha do nome debaixo do braço, para a seu tempo tentar impor suas condições e definir o escolhido. Não há como negar que o governador de SP, Tarcísio de Freitas, desponta como favorito, tanto pela liderança, exitosa gestão como governador do principal estado da federação e maior eleitorado, capacidade de articulação e ser o nome que transita com mais desenvoltura no campo do centro para a direita.
Pelo campo da esquerda, é fato a ausência de um nome competitivo do PT, fruto, dentre outros pontos, das consequências da trágica e má avaliada gestão Pimentel - nas eleições de 2018, quando tentou a reeleição, teve pífios 23,1% dos votos no primeiro turno. Assim sendo, a aposta afunila em dois nomes fora dos quadros petistas: o senador Rodrigo Pacheco (PSD, que pode em breve arrumar as malas e rumar a outro partido) e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Deputado Tadeu Leite (MDB).
Pelo campo da direita a busca pelo consenso se dá entre o atual vice-governador Mateus Simões e o senador Cleitinho. Cada um com suas forças e fragilidades, atentos a um favorável perfil do eleitorado mineiro majoritariamente conservador, conforme pesquisa Otempo divulgada em outubro de 2024 - 31,2% afirmam ser de direita; 4,1%, de centro-direita; 4,5%, de extrema direita. Do lado oposto 16,2% se declaram como esquerda; 2,9%, como centro-esquerda; e 1%, como extrema esquerda; 33,1% não sabem ou não responderam.
Não obstante o dito acima quanto ao perfil do eleitorado mineiro, uma fadiga do radicalismo e da polarização explicitada em pesquisas qualitativas, pode fazer com que um terceiro nome entre no jogo com reais possibilidades de surpreender, desde que se posicione como de centro, avesso ao radicalismo e a discursos maniqueístas, demonstre capacidade de diálogo e agregação, não seja identificado como um “político profissional”, que transmita condições para recolocar Minas no cenário nacional e que transite bem em pautas tanto da centro-esquerda quanto da centro-direita.
Por fim, eleição não é ciência exata. A conquista do voto é emocional e seu êxito é fruto de assertividade na pré e na campanha eleitoral, com planejamento, capacidade de articulação, humildade, leitura correta dos cenários e pesquisas e empatia com os verdadeiros anseios da população.
Aguardemos os próximos acontecimentos!