Governar é fazer escolhas. Mas quando quem governa é inábil politicamente temos um grave problema em pelo menos três frentes distintas: 1) A população vai padecer porque não haverá uma direção sábia e as prioridades do povo não serão definidas pelo povo, mas por alguém que acha que entende o povo; 2) Os políticos da hora que precisam de relacionamento com o governante sofrerão, pois não serão recebidos nem terão suas demandas avaliadas de forma isenta de rancor; 3) Os demais poderes não conseguirão manter a independência e a harmonia tão necessárias para que as funções do estado tenham efetividade na vida dos cidadãos.

Entretanto, é importante destacar que ninguém começa a governar sem ter sido escolhido. Nossa imaturidade política até hoje não nos fez avaliar o todo antes de depositar nossa confiança (voto) numa pessoa para exercer esse papel de liderança. Votamos muitas vezes no candidato e esquecemos quem é o vice. Votamos na pessoa e não olhamos qual a ideologia (se é que tem) do partido em que o mesmo está inserido. Votamos pelo discurso que ouvimos, mas não questionamos se o que está sendo dito reflete as atitudes do candidato e não suas intenções e desejos.

Mas uma vez passado o período eleitoral, murmuramos de tudo, só não lamentamos pela escolha que fizemos, mas ainda assim queremos bons resultados, custe o que custar. Viver a realidade não é fácil. Um mundo de fantasia e desejos é o que a maioria dos seres humanos buscam. Ocorre que não vivenciar o presente e ficar preso ao passado e à expectativa de futuro não gera bons resultados. O que eu experimento no meu presente são frutos das minhas escolhas no passado e o que viverei no futuro, são o resultado do que estou fazendo hoje.

Enquanto estivermos cercados de políticos birrentos, que não conseguem conviver com as divergências e não querem o diálogo como forma de construir, jamais seremos contemplados. Impedir um adversário de ter acesso às secretarias e ministérios apenas porque não são do mesmo espectro ideológico não fará com que avancemos na luta por construir um lugar melhor para viver.

A construção de pontes imateriais baseadas no diálogo e respeito deveria ser meta de cada amanhecer dos nossos governantes atuais. A luta pelo poder, baseada apenas no poder e deixando aqueles que mais precisam (povo) de fora, pode até gerar resultados, mas jamais atingirá o que de mais importante um político precisa construir - aceitação e admiração de seus governados.

Encerro com as palavras de orientação do profeta Jeremias ao povo de Israel, que havia sido levado cativo para a Babilônia, estava com o coração triste e sem esperança devido à situação em que se encontrava. Contudo, Deus não tinha se esquecido dos israelitas e usou Jeremias para compartilhar uma mensagem de esperança em relação ao futuro deles: Jeremias 29:7 Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao Senhor, porque, na sua paz, vós tereis paz.

Tenhamos todos, paz!