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Irlan MeloAdvogado, teólogo, professor universitário e vereador de BH eleito para seu segundo mandato como o 8° vereador mais votado de BH

Ditadura nunca mais!

Publicado em 04/08/2025 às 06:00.


Neste último domingo, 3 de agosto, testemunhamos um verdadeiro clamor por liberdade ecoando pelas ruas de Belo Horizonte e de diversas outras cidades do Brasil. A manifestação pacífica e democrática que tomou conta da Praça da Liberdade foi um recado claro: o povo brasileiro está cansado de ser silenciado e exige respeito à Constituição, às liberdades individuais e à separação dos poderes.

Infelizmente, vivemos tempos sombrios. A escalada de decisões autoritárias, promovidas por quem deveria ser o guardião da democracia, preocupa não apenas os que têm lado político, mas todo cidadão que preza pela liberdade. O que está acontecendo no Brasil não é mais uma disputa entre direita e esquerda. É uma batalha entre democracia e autoritarismo.

Nos últimos meses, vimos cenas inimagináveis para um Estado de Direito: um ex-presidente submetido a medidas cautelares extremas, como prisão domiciliar, uso de tornozeleira eletrônica, proibição de falar nas redes sociais ou até de conversar com seu próprio filho. Tudo isso antes mesmo de uma condenação judicial. Vimos também o deputado federal Hélio Negrão impedido de fazer uma manifestação silenciosa. E mais: em plena sede da democracia brasileira, deputados foram proibidos de se reunir durante o recesso parlamentar. A Casa do Povo fechada para quem representa o povo? Isso é grave demais.

A balança da justiça, que deveria ser símbolo de equilíbrio e imparcialidade, parece pender perigosamente para um lado só. Quando um deputado de esquerda comete excessos, nada acontece. Mas quando um conservador ousa se expressar, é perseguido, calado ou ameaçado de inelegibilidade, como pode acontecer agora com os deputados Bruno Engler e Nikolas Ferreira, jovens que têm incomodado o sistema simplesmente por não se curvarem a ele.

O caso da Débora, presa e condenada a 14 anos por escrever com batom numa estátua é simbólico. Enquanto isso, criminosos perigosos, traficantes e políticos condenados continuam livres, como se a lei tivesse dois pesos e duas medidas.

O povo saiu às ruas no dia 3 porque sabe: se calarmos agora, amanhã pode ser tarde demais. Liberdade de expressão, direito de reunião, pluralidade política esses são pilares da democracia que não podem ser negociados, relativizados ou censurados por quem ocupa temporariamente o poder.

Como vereador e professor de Direito Constitucional, jamais me calarei diante da injustiça. O Brasil precisa de coragem, de voz firme e de gente disposta a defender a verdade. Que fique claro: não aceitaremos calados a implantação de uma ditadura disfarçada de democracia.

A história nos ensinou que o chicote da tirania muda de mãos. Por isso, quem hoje aplaude o arbítrio, amanhã pode ser sua próxima vítima.

É tempo de nos posicionarmos. O silêncio da maioria só fortalece o grito dos opressores. E eu escolho estar ao lado da liberdade.

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