Desde o meu primeiro dia de mandato, uma das principais bandeiras que abracei foi a defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Essa não é apenas uma pauta política, mas um compromisso de vida. Como vereador, professor de Direito Constitucional e, acima de tudo, cidadão, acredito que uma cidade justa se mede pela forma como trata aqueles que mais precisam de apoio.
Hoje, quero compartilhar uma luta que considero histórica: a criação do primeiro Centro de Referência para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Belo Horizonte. Nossa capital tem, segundo estimativas do Censo de 2022, entre 30 e 33 mil pessoas com TEA. Mas esse número pode ser ainda maior, já que muitos casos permanecem sem diagnóstico formal ou atendimento adequado.
Apesar de termos leis avançadas e políticas públicas importantes, as famílias ainda enfrentam enormes dificuldades: diagnósticos que demoram meses ou até anos, escassez de especialistas, desigualdade no acesso a terapias e a ausência de um suporte contínuo e integrado. O resultado disso é um peso desproporcional sobre pais, mães e cuidadores, que muitas vezes se veem sozinhos na caminhada.
O Centro de Referência que estamos propondo não é apenas um prédio. É um símbolo de dignidade e inclusão. Será um espaço para diagnóstico precoce, com profissionais capacitados em diferentes áreas: psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e tantos outros trabalhando de forma integrada. Isso significa menos espera, mais precisão e, sobretudo, mais esperança para milhares de famílias.
O local também reunirá tratamentos e terapias regulares, acompanhamento interdisciplinar, serviços de reabilitação e suporte psicossocial às famílias. Em vez de peregrinar por diferentes instituições, os atendimentos estarão concentrados em um só espaço, garantindo eficácia e continuidade. Além disso, o centro servirá como polo de capacitação de profissionais de saúde, educação e assistência social, ampliando a qualidade do atendimento em toda a rede pública e reduzindo desigualdades.
Outro ponto fundamental é que o centro permitirá ao município reunir dados mais confiáveis sobre prevalência, necessidades e resultados dos tratamentos. Isso vai transformar políticas públicas em ações concretas, baseadas em evidências, e não apenas em discursos.
Mas, acima de tudo, o Centro de Referência para Pessoas com TEA será um espaço de inclusão plena. Um lugar que vai dialogar com a educação, com o esporte, com a cultura e com a sociedade, para que nossas crianças, adolescentes e adultos autistas tenham a oportunidade de viver com dignidade, autonomia e respeito.
A luta não é fácil, mas é justa. E enquanto eu estiver na Câmara Municipal, continuarei levantando a voz em defesa da vida, da inclusão e da esperança. Porque ninguém pode ser deixado para trás em nossa cidade.