Os concursos públicos costumam surpreender pessoas bem preparadas que não conseguem aprovação. Vários fatores contribuem para este fenômeno. Um deles é o excesso de confiança que leva o candidato a não se dedicar com afinco aos estudos.
Outro fator que pode gerar o fracasso de um candidato inteligente é justamente o fato de ser assim reconhecido no meio social em que está inserido. Os elogios por outras aprovações, o sucesso numa carreira, a referência de exemplo para outros alunos, tudo isto pode pressionar o candidato, que não se vê no direito de decepcionar tantas pessoas que o vêem como o primeiro na lista de aprovados.
O jogo inesquecível entre Brasil e Chile na última sexta-feira, pela Copa do Mundo, ilustra bem essa cobrança sobre si mesmo. Nossos atletas sofriam visivelmente pelo abalo emocional. Daí resultou que alguns deles cometeram erros que normalmente não cometeriam. O mesmo ocorre num concurso quando o candidato, tenso pela cobrança sobre si mesmo, constata que errou coisas extremamente fácies.
Mas, em campo, quando muitas pessoas temiam uma derrota semelhante à de 1950 no Maracanã, quando os pessimistas já falavam em “mieiraço”, nossos heróis mais experientes conseguiram conter as emoções. Transformaram a partida na “batalha do Mineirão”, vencendo na disputa de pênaltis.
A lição que fica para você, concurseiro: quando a carga emocional te levar a erros banais, não se importe se sua aprovação não foi em primeiro lugar. Se a cobrança sobre si mesmo custou-lhe a reprovação por alguns décimos na nota, veja se há alguma questão que possa ser anulada. Em se tratando de prova aberta, peça revisão de suas questões. Caso necessário, proponha uma ação judicial.
Enfim, valha-se de todos os meios legítimos para melhorar sua nota. Não desista jamais. Afinal, se tantas pessoas acreditam na sua capacidade, vá mais além: não se limite a apenas acreditar em si mesmo. Acredite também nos revisores de sua prova. Siga o exemplo dos nossos atletas na “batalha do Mineirão”: eles acreditaram no goleiro Julio César. Acredite: o julgador do seu recurso pode ser o “goleiro” da sua aprovação.