José Roberto LimaJosé Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, mestre em Educação, professor da Faculdade Promove e autor de “Como Passei em 16 Concursos”

ChatGPT: comodidade ou perigo?

Publicado em 05/04/2023 às 06:00.

Na década de oitenta, James Cameron fez grande sucesso com o seu “exterminador do futuro”, interpretado pelo ator, economista e político Arnold Schwarzenegger. Aquele cineasta imaginou um futuro sombrio no ano de 2029, quando a tecnologia de viagem no tempo foi desenvolvida. Bem... “foi” (na ficção)? Ou “será” realmente desenvolvida daqui a poucos anos?

Então, as máquinas de guerra, já capazes de pensar por si mesmas, passaram a nos ver como uma ameaça. E enviaram ao tempo passado um ciborgue para matar a jovem Sarah Connor, cujo futuro lhe reservou a missão de ser mãe de John Connor, o qual se tornou “uma pedra no sapato” das máquinas na tentativa de nos exterminar.

Isso te assusta, caro leitor ou cara leitora? Será que o ChatGPT é o prenúncio desse tempo sombrio? Esse aplicativo, que é capaz de produzir textos em poucos segundos sobre qualquer assunto, adquirirá a percepção de si mesmo?

Numa eventual olimpíada de conhecimento, tão salutar em todos os níveis escolares, os alunos poderão disputar com as máquinas? E, em caso de derrota, elas terão sentimentos que as farão apelar? Ou saberão perder, como convém em qualquer disputa?

Elas, enfim, serão apenas ferramentas extraordinárias de pesquisa ou serão uma ameaça à espécie humana? A resposta está no título escolhido para este artigo. Observe que  eu não contrapus a palavra “perigo” com “fonte de pesquisa”, nem “ferramenta de estudo”, nem “banco de dados”.

O título proposto nesse artigo faz o contraponto entre a comodidade e o perigo. E, de fato, se abordarmos o ChatGPT apenas pela comodidade de pesquisar por nós, sem que tenhamos o esforço de aprendizagem, essa ferramenta realmente será um grande perigo.

E, em poucos anos, perderemos a capacidade de pensar por nós mesmos. Então, diante de uma prova na faculdade ou num concurso, será aprovado quem tiver mais recursos tecnológicos e mais habilidades para usá-los.

Se esse futuro chegar, será melhor nomearmos as máquinas para os cargos públicos. Aliás, desde o início da Revolução Industrial, lá pelos idos do Século XVIII, a substituição do homem pela máquina, apesar de tantos benefícios, tem trazido também desemprego. 

Então, para não sermos exterminados pelas máquinas, não nos entreguemos às comodidades que elas propiciam. Sejamos protagonistas da nossa própria formação do conhecimento.

A todos, com ou sem o ChatGPT, desejo bons estudos.

*José Roberto Lima é advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por