José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

Concurso? OAB? Mas Não Perco Nenhum

23/02/2021 às 18:53.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:15

A partir da década de 80, muitas faculdades de Direito foram abertas no Brasil. Então, a OAB - entidade representativa dos advogados - preocupada com a qualidade da formação jurídica dos milhares de estudantes, instituiu o “exame de ordem”. 

Até meados da década de 90, a prova era escrita e oral. Sim, isso mesmo: havia uma comissão de notáveis do Direito que arguia o candidato aos quadros da OAB.

Isso assemelha a muitos concursos, entre os que serão realizados em breve. Quando não há uma fase de entrevista com o candidato, há uma prova de redação. Em ambos os casos, o objetivo é verificar conhecimentos que, em geral, não se revelam numa prova de múltipla escolha.

Para enfrentar essas provas, que são verdadeiras provações, foque seus estudos na compreensão dos conteúdos. Não se preocupe tanto com as “decorebas”. No caso do Direito, e também da prova da OAB, estude os princípios jurídicos.

Isso garantirá um bom êxito nessas provas de redação ou de arguição oral. E você poderá fazer como um estudante de Direito, nos idos dos anos 90. Ele foi brilhante na prova escrita. Mas, diante de uma banca de notáveis, composta por um juiz, um promotor e um advogado, foi informado que ele seria arguido sobre os prazos processuais.

Com sincera humildade, ele disse: “Bem... admito que não decorei os prazos”.

- Mas, sem saber os prazos, como você vai advogar? - indagou o juiz.

- Eu vou consultar os autos e verei qual prazo Vossa Excelência me concedeu.

- E se eu anotar no despacho “manifeste o advogado no prazo legal”?

- Aí, eu consulto a lei e vejo qual é prazo que ela estabelece.

- Mas eu vou perguntar sobre prazo mesmo.

- Bem, Excelência. Eu realmente não decorei os prazos. Mas sei, por exemplo, que o menor prazo processual é de 24 horas.

Então, para todas as hipóteses arguidas pelo juiz, o candidato respondia: “Neste caso, o prazo é de 24 horas”. E, depois de umas 10 perguntas, o juiz desabafou:

-Eh! Você foi brilhante na prova escrita. Mas não entende nada de prazo.

-Sim, Excelência. Mas também não perco nenhum.

Resultado: o candidato despertou finos sorrisos dos notáveis, e foi aprovado.

A todos eu desejo os melhores prazos para bons estudos.

  

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