José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

Depois do TDAH, cuidado com o 'TSAH'

Publicado em 15/05/2024 às 06:00.

No ambiente escolar é bastante conhecido o TDAH - transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, sobre o qual falamos no último artigo desta coluna. 

Qualquer estímulo é suficiente para a dispersão. E o aluno fica inquieto. Mas, como já ensinava o filósofo Aristóteles na antiga Grécia, “virtus in medium est”, isto é, a virtude está no meio, na média ponderada dos fatos e da reflexão que fazemos deles.

Porque o outro extremo também é problemático. É o que os pedagogos e psicólogos convencionaram chamar de “hiperfoco”. Melhor seria se chamassem de “TSAH”, ou seja, “transtorno do superávit de atenção e hiperfoco”. 

De fato, há quem fique com exagerada atenção num único assunto ou objeto, tornando-se alheio às coisas, fatos e pessoas ao redor. Isso compromete o rendimento escolar, ainda que o aluno seja genial numa matéria específica (aquela que ele gosta e que lhe dá prazer).

Os adultos não estão livres disso. Com as novas tecnologias, existem pessoas que não se desgrudam das redes sociais, do videogame ou do computador. Eu dou a mão à palmatória. Passei um tempo hiperfocado no celular. 

Começou como ferramenta de trabalho, mas virou uma necessidade. Por exemplo: por que eu preciso ligar o GPS para me deslocar em três quarteirões? Mas eu ligava. Felizmente eu direcionei esse hábito de usar o celular para as lições de línguas estrangeiras. 

Então, se essa questão é grave, se dela podem decorrer problemas emocionais sérios, o que fazer? Vejamos algumas estratégias para atuar no dia a dia de alguém, ou para você mesmo seguir, se esse transtorno vem te atingindo:

Faça uma agenda:

Ter um cronograma de atividades é importante. Estabeleça limitação de tempo, sopesando as coisas necessárias e as de mero prazer.

Marque tempos finais:

O final da transmissão de um jogo de futebol, ou o final do capítulo de uma novela, podem ser os gatilhos previamente combinados. Tendo ocorrido um desses eventos, a missão é redirecionar o foco para outra tarefa. 

Combine atividades que envolvam outras pessoas:

Para alguém ficar livre do hiperfoco, é importante estimulá-lo a não ficar sozinho. Não é por acaso que, há séculos, as escolas são organizadas para que haja um intervalo de convivência entre os alunos. Esse é um tempo destinado à interação social.

Para saber mais, consulte o conteúdo deste link, fonte de consulta para este artigo: https://institutoneurosaber.com.br/tdah-e-o-hiperfoco/ Acesso em 13 de maio de 2024.

A todos eu desejo bons estudos.

* Advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras. 

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