A história do Brasil registra dois casos em que o nome próprio foi adjetivado: Caxias e Pelé. Todos nós já ouvimos frases como “ele é um caxias”, para descrever uma pessoa disciplinada. Também já ouvimos frases que descrevem um exímio especialista em alguma atividade: “Ele é um pelé na Engenharia” ou “ela é uma pelé no magistério” ou aquele casal é um pelé do bom relacionamento.
Fico à vontade para prestar homenagem póstuma o Rei do futebol. Porque, em vida, dediquei três artigos a ele. Em “Pelé, o pensador” (18.6.17) falei do hábito de, após os treinos, dar voltas no campo pensando nos dribles que pretendia fazer no próximo adversário. E destaquei a importância de também pensarmos sobre as provas que enfrentaremos.
Em “Pelé, o adversário’ (25.6.17) lembrei que ele sabia a diferença entre o inimigo e o adversário. Na Copa de 1970, ele deu um drible desconcertante no Mazurkievski. Mas tornou-se compadre daquele grande goleiro. E viajava até o Uruguai para visitar o amigo. Eis a lição: compartilhe conhecimento com seu colega de estudos. Assim, você e ele aprenderão muito mais.
Em “Pelé, o pensador, o adversário, o poeta” (9.2.2022) mencionei outros talentos do Rei. Ele tocava violão e compunha músicas. Eis duas delas: 1) “ABC - toda criança tem que ler e escrever”, que fez parte da campanha de alfabetização infantil (veja em https://www.youtube.com/watch?v=EJQ0yPUb-LQ). 2) “Cidade grande”, que ele gravou com Jair Rodrigues. A inspiração foi a saudade do nosso Brasil, quando ele jogava e brilhava no Cosmos de Nova Iorque (veja em https://www.youtube.com/watch?v=YllVcl_6K1Q).
Ele foi criticado? Ah, claro que foi, sobretudo pelos recalcados de plantão e pelos que escondem, até de si mesmos, o racismo.
O caso mais emblemático foi a paternidade que dizem ter ele renegado. A Sra. Sandra, e que Deus a tenha, provou ser filha do grande atleta (na mesma época em que a Sra. Flávia provou a mesma filiação). Então, ele propôs acolher a ambas, tratando-as com o mesmo afeto dispensado aos demais filhos. Mas pediu o segredo que os temas familiares merecem.
A Flávia atendeu ao pedido e teve as considerações de filha. A Sandra preferiu os escândalos na imprensa, alardeando que era filha do Pelé. Então, ele decidiu cumprir as obrigações alimentícias, mas negou o afeto.
Acesse a entrevista em https://lanoticia.uai.com.br/famosos/a-ultima-coisa-que-pele-falou-sobre-a-filha e o vídeo em youtube.com/watch?v=A3wxAXcKQIk&t=124s. Depois decida, você mesmo, se os interesses da Sandra eram nobres ou inconfessáveis.
A eterna lição que fica: por mais gloriosa que seja a sua trajetória, haverá pessoas dispostas a tampar pedras. Aliás, o “grande filósofo” Dario, o “Peito de Aço”, foi brilhante nesta frase: “Ninguém atira pedras em árvores que não dá frutos”.
E você-leitor? Em qual atividade você será um pelé? Seja qual for a sua trajetória, o sucesso passa pelos estudos. Então, eu te desejo bons estudos.
*Advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras