Desde o final do Século XIX, permeando por quase todo o Século XX, a corrente filosófica do positivismo influenciou os diversos ramos da Ciência. Entre outras ideias, os positivistas defendiam que todas as coisas observáveis podem ser medidas.
Então, os aspectos humanos passaram a ser tratados com os rigores da Física. Afinal, se uma força da natureza pode ser graduada numa escala, os ímpetos humanos também haveriam de ser medidos.
Guardadas as devidas proporções, os fenômenos psicológicos podem – sim – ser medidos. Mas, assim como os estudiosos da Física têm grau de incerteza nas suas medições, os psicólogos, com muito mais motivos, também os têm. Afinal, a Ciência Humana lida com dados imponderáveis do comportamento.
É nesse sentido que, em meados da década de 1990, o psicólogo e jornalista Daniel Goleman escreveu o best seller “inteligência emocional”. Em 1983, o também psicólogo estadunidense Howard Gardner apresentou sua “theory of multiple intelligences”. Segundo ele, há sete tipos de inteligência: matemática, linguística, visual, corporal, musical, interpessoal e intrapessoal.
Esses autores, entre outros, deixaram claro que, embora seja possível medir a inteligência, o importante mesmo é qualificá-la. Afinal, todos nós conhecemos alguém que é um gênio, mas se deu mal na vida, porque não soube usar a própria inteligência.
Assim também ocorre nos estudos. Mesmo que você disponha de muito tempo para estudar, isso pouco adiantará se você não estudar com qualidade. E a qualidade nos estudos têm seus parámetros próprios, que estão bem detalhados nos meus livros.
Em resumo, algumas das palavras de ordem são: 1) estude com assiduidade (participe das aulas e dos grupos online); 2) estude com regularidade (todos os dias); 3) estude com ritmo (sempre no mesmo horário, com pausas entre estudos, repouso e revisões). E a penúltima dica, sobretudo no caso do Enem e dos concursos: tenha em mente que você está numa guerra. E, para vencê-la, você precisa do afinco, disciplina e abnegação de um soldado.
Perguntará o leitor: “Se essa é a penútima dica, qual é a última”? Ah, sim. Deixei por último a dica mais importante; e que, à primeira vista, pode parecer um mau conselho: não estude muito. Isso mesmo: não estude muito.
Esqueça esse negócio de virar a noite estudando. Você não amanhecerá mais inteligente. Você amanhecerá cansado. Afinal, o que lhe parece mais produtivo: estudar 10 horas numa única noite, ou estudar uma hora por dia durante 10 dias? A segunda opção totalizará as mesmas 10 horas. E eu te granto: o aprendizado renderá muito mais.
Desejo bons estudos a meus alunos, leitores e seguidores.
José Roberto Lima é advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.